Você está aqui

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lança nesta segunda-feira (29) o relatório “Panorama da Infraestrutura – Edição Sul”, com o detalhamento do setor na Região Sul. O estudo mostra um panorama das áreas de transporte, energia elétrica, gás natural, telecomunicações e saneamento básico, bem como identifica gargalos e propostas para melhorias da infraestrutura nos três estados do Sul.

Este é o primeiro de uma série de cinco trabalhos regionais produzidos pela CNI que vão trazer um retrato das condições de infraestrutura nas regiões brasileiras, identificando necessidades de investimentos e pleitos do setor industrial. O relatório do Sul será apresentado durante encontro na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) nesta segunda-feira e na Reunião de Diretoria da CNI, marcada para esta terça-feira (30), também na sede da Fiergs, em Porto Alegre.

O presidente da CNI, Ricardo Aban, ressalta que o relatório busca contribuir para a melhora da infraestrutura na região, fator fundamental para o fortalecimento da indústria e da economia. “Esse estudo é fruto de uma articulação com empresários e com as federações das indústrias da Região Sul no intuito de preparar e fortalecer a infraestrutura dos estados para a neoindustrialização que o Brasil precisa”, afirma Alban.

Para o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, uma infraestrutura que facilite o escoamento da produção é condição fundamental para reter e atrair investimentos. “A carência que temos nesta área ameaça o desenvolvimento econômico do Estado. Além disso, nos impõe um grande desafio para acelerar a conclusão das obras prioritárias, cujo tempo de execução de algumas delas já superam dez anos”, diz Petry.

O trabalho é dividido em três partes principais:

  • Retrato da Infraestrutura: Etapa descritiva que contempla diversos dados do setor de infraestrutura extraídos de diferentes fontes oficiais;
  • Pesquisa de percepção do empresário industrial: Diagnóstico realizado por empresários locais sobre as condições de infraestrutura e prioridades de investimento na região;
  • Propostas para avançar na infraestrutura: Uma série de propostas regionais (Federações de Indústria) e nacionais (CNI) para mitigação dos principais problemas de infraestrutura.

 

O diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, alerta que a infraestrutura deficiente é um dos principais componentes do Custo Brasil. “Encontrar formas de superar os obstáculos colocados pelo Custo Brasil deve ser uma prioridade da indústria brasileira” destaca o diretor da CNI. Muniz menciona que 81% das empresas do Sul sinalizaram a precariedade da malha de transporte como principal gargalo de infraestrutura. Segundo ele, a má qualidade dessas infraestruturas tem impacto direto sobre os acidentes, o meio ambiente e a competitividade da região.

“A infraestrutura deficitária de transportes afeta a segurança viária, eleva a emissão de poluentes, gera engarrafamentos e pressiona os custos logísticos em virtude do aumento do consumo de combustível e deterioração dos veículos. Como consequência, o setor produtivo perde competitividade em relação a outros mercados”, pontua o diretor da CNI.

Gargalos da infraestrutura identificados por empresários da Região Sul:

  • Qualidade das rodovias
  • Acesso aos portos
  • Falta de hidrovias
  • Custo da energia
  • Custo dos combustíveis
  • Disponibilidade de fibra ótica
  • Tratamento de água e esgoto

De acordo com Roberto Muniz, apesar das dificuldades em estabelecer uma carteira prioritária de projetos para investimento, o governo federal tem feito esforços para reduzir o déficit de infraestrutura no país. O Novo PAC, elaborado em parceria com estados e municípios, foi anunciado no ano passado com previsão de R$ 231,1 bilhões para serem alocados na Região Sul – a maior parte para o eixo “Transporte Eficiente e Sustentável”.

Potencial do Sul para a agenda de transição energética
O relatório destaca ainda a relevância que a região tem para a produção de energia limpa e renovável. A Usina de Itaipu, por exemplo, localizada no Rio Paraná, é a terceira maior do mundo em termos de capacidade instalada, com 14.000 MW. Já em termos de empreendimentos de eólica offshore com pedido de licenciamento no Ibama, o Sul conta com o maior potencial bruto do Brasil.

“Com a tendência global de implementação de políticas que promovam a redução das emissões de gases de efeito estufa, a região tem potencial para desempenhar papel estratégico na transição energética”, afirma Roberto Muniz.

Números do trabalho
O “Panorama da Infraestrutura – Edição Sul” contempla uma série de dados regionais, os quais são confrontados com informações nacionais, de modo que o leitor possa ter um parâmetro de comparação nos diferentes segmentos da infraestrutura.

Publicado Terça-feira, 30 de Abril de 2024 - 10h10