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Atividade industrial recupera perdas no Rio Grande do Sul

O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), que mede o nível de atividade da indústria gaúcha, obteve em junho o maior avanço mensal da série histórica, iniciada em janeiro de 2003.  Ao aumentar 11,9% em relação a maio, retirados os efeitos sazonais, superou os patamares anteriores à greve dos caminhoneiros. Porém, o resultado, divulgado nesta quinta-feira (2) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), foi influenciado pelo episódio envolvendo os transportadores, ao incorporar a atividade represada do mês anterior ao nível normal de junho. “Passado o efeito imediato provocado pela paralisação, a tendência é de que a indústria gaúcha retome a trajetória de recuperação no restante do ano. Mas, agora, a intensidade deve ser ainda menor do que a antes”, diz o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry. Ele explicou que a consequência do movimento foi a elevação do preço do frete e dos impostos, impondo ainda mais restrições à recuperação do setor.

Dessa forma, o avanço da atividade industrial gaúcha em 2018, previsto inicialmente para próximo de 3%, deverá convergir para o ritmo do final do primeiro semestre, em torno de 2%.

Ainda na comparação de junho com maio, quatro dos seis indicadores que compõem o IDI-RS registraram expansão, com taxas históricas para o faturamento real (33,8%) e as compras industriais (28,2%), respectivamente, a maior e a segunda maior desde 2003. Já as horas trabalhadas na produção (1,2%) e a utilização da capacidade instalada-UCI (1,7 ponto percentual), que foi de 80,5% em junho, cresceram menos. O emprego ficou estável (0,1%), enquanto a massa salarial real caiu 1,1%.

SEMESTRE

Na análise dos resultados anuais, o IDI-RS cresceu 4,6% em junho ante o mesmo mês de 2017, abaixo da perda de 6,7% em maio. A consequência disso foi uma forte desaceleração na expansão acumulada anual de 3,5%, até abril, para 1,9% no encerramento do primeiro semestre de 2018, a primeira taxa positiva desde 2013 (4,5%) para o período.

Entre os indicadores do primeiro semestre, a maior alta esteve nas compras industriais (7,9%), e aumentos mais modestos ocorreram no faturamento real, com 2,5%, na UCI, 1,3 ponto percentual, e no emprego, 0,9%. Por outro lado, as horas trabalhadas na produção e a massa salarial real caíram 0,6 e 2,7%, respectivamente.

Apesar do crescimento agregado verificado no primeiro semestre de 2018, 10 dos 17 setores pesquisados apontaram queda na atividade industrial. A principal contribuição positiva veio de Veículos automotores (14,7%). Também registraram altas importantes Alimentos (1,3%), Produtos de metal (+3,7%), Metalurgia (+11,9%) e Tabaco (+2,6%). Já os setores que mais pressionaram negativamente foram os de Químicos e Refino de petróleo (-1,3%), Máquinas e equipamentos (-0,7%) e Couros e calçados (-0,5%).
Mais informações sobre o Índice de Desempenho Industrial podem ser obtidas em http://www.fiergs.org.br/ptbr/economia.

Publicado quinta-feira, 2 de Agosto de 2018 - 16h16