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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta sexta-feira (10), na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), que o País começa a mudar em função de uma agenda intensa de reformas estabelecida pelo governo. “Saímos da recessão mais longa da história. Estamos no início de um novo ciclo de crescimento sustentado, e este ciclo será caracterizado por longa duração e baixa volatilidade”, assegurou Meirelles, durante a palestra A Recuperação da Economia Brasileira e as Reformas para o País Avançar, garantindo que haverá uma redução do papel do Estado na economia.


Henrique Meirelles afirmou que essa agenda determinada pelo governo inclui reformas estruturais (teto de gastos, reformas Trabalhista, da Previdência e Tributária) e microeconômicas (controle fiscal, redução do spread bancário, regulação setorial). “Empregos estão sendo criados, esta é a mensagem mais importante”, disse Meirelles, mais tarde, em entrevista coletiva, lembrando que, em 2017, 1 milhão de vagas surgiram no Brasil.

Para o ministro da Fazenda, porém, a manutenção de um crescimento sustentável do País só se dará com a aprovação das mudanças na Previdência, algo que ele acredita que poderá ocorrer.  De acordo com Meirelles, se isso não for feito, os gastos públicos irão alcançar até 25% do Produto Interno Bruto (PIB) em 10 anos. Lembrou que as despesas públicas federais subiram de aproximadamente 10% no ano de 1991 para 19,9% no ano passado. “A reforma terá que ser feita, é uma questão numérica. Não teremos mais como pagar os aposentados”, alertou.

Ainda, de acordo com Meirelles, o crescimento anual da economia brasileira poderá superar os 3,5% caso a reforma da Previdência seja aprovada e o teto de gastos mantido.

Em relação ao Rio Grande do Sul, o ministro da Fazenda ressaltou que após uma redução de 7,4% nos últimos três anos no PIB do Estado, o ano de 2017 dá mostras de retomada, com uma elevação ao ritmo de 2,7% até o segundo trimestre. “O Brasil todo está crescendo, mas a recuperação do Rio Grande do Sul é mais intensa que a do resto do País”, assinalou.

Ao saudar o ministro, o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, destacou os primeiros sinais positivos que começam a aparecer na economia do País e pediu que o governo federal continue se empenhando para implantar as mudanças que o Brasil necessita. “Os recentes indicadores da economia brasileira mostram que, na média, saímos da UTI, mas o setor industrial ainda respira por aparelhos. Um levantamento realizado na diretoria da FIERGS revelou que 30% dos segmentos fabris começam a apresentar sinais de melhoria depois de três anos de quedas consecutivas. Numa outra visão da mesma estatística, constatamos que acima de dois terços das atividades industriais ainda não conseguiram iniciar a recuperação”, enfatizou Petry.

O presidente da FIERGS sugeriu a Meirelles uma vigorosa política industrial que conceda ao setor a centralidade que tem em qualquer processo de crescimento econômico. Essa política, de acordo do Gilberto Petry, deve atender, no mínimo, a três pontos principais: criar condições para uma significativa elevação dos investimentos empresariais, em um ambiente simplificado e com um sistema tributário que não castigue quem produz; execução de programas de estímulo à competitividade e inovação, incentivando produtos de valor agregado; e uma estratégia coerente de internacionalização da economia. “A indústria estabelecida no Brasil, devidamente apoiada e estimulada, tem condições de dar a mais rápida resposta para apressarmos a retomada do desenvolvimento”, concluiu.

Crédito fotos: Dudu Leal

Publicado sexta-feira, 10 de Novembro de 2017 - 17h17