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Região Sul terá um novo ciclo de desenvolvimento, afirma o presidente do BNDES

Taxa de câmbio mais competitiva aos exportadores, mercado interno com potencial de expansão, sistema bancário robusto e oportunidades de investimentos irão traçar um novo ciclo de desenvolvimento para o Brasil e a Região Sul do Brasil, garantiu o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, durante palestra promovida pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), em parceria com o governo gaúcho, nesta segunda-feira (9), em Porto Alegre. "O Estado tem uma estrutura produtiva preparada para novas oportunidades em segmentos propulsores da economia e uma base sólida de economia tradicional", afirmou.

O dirigente destacou ainda que os três Estados do Sul têm recebido investimentos do BNDES superior ao Produto Interno Bruto (PIB) da região e que parte deles está voltada para a revitalização da indústria tradicional e para novos projetos. No primeiro semestre já foram desembolsados pelo banco, segundo Coutinho, R$ 22,1 bilhões, valor bem próximo do total de 2012 (R$ 29,1 bilhões). "As novas oportunidades aqui estão em P&G, indústria naval, insumos básicos, infraestrutura e energia renovável. Depois do Nordeste, o Sul tem o maior potencial eólico, por exemplo".

O presidente da FIERGS, Heitor José Müller, salientou a importância da "parceria público-privada" para a competitividade econômica e social. "Este encontro tem a característica de uma parceria público-privada, quando se reúnem nessa iniciativa o governo do Estado e a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul. Temos muita consideração pelo BNDES e pela rede de bancos de desenvolvimento, cuja presença na história da economia gaúcha tem sido decisiva. Um exemplo atual foi o crescimento de 48% das concessões de crédito agroindustrial de janeiro a julho de 2013 sobre 2012 em termos nominais. Para a agricultura familiar, esse avanço foi de 69%", disse Müller.

Outro ponto abordado pelo presidente da FIERGS é o papel da inovação e da infraestrutura. "No projeto entre a Confederação Nacional da Indústria e o BNDES, o Senai do Rio Grande do Sul vai implantar quatro Institutos de Tecnologia e dois Institutos de Inovação. Trata-se de um significativo avanço no atendimento às novas demandas do setor industrial, com o reequipamento de outras unidades e escolas. Mas, não adianta inovar dentro das empresas se não tivermos uma infraestrutura adequada e moderna para distribuir os nossos produtos. Assim, inovação e infraestrutura são dois fatores indissociáveis quando se analisa o desenvolvimento brasileiro na visão do que temos e do que queremos ser", argumentou.

Em relação a estas questões, Coutinho disse que serão investidos R$ 33 bilhões em inovação, sendo R$ 15,5 bilhões do BNDES não reembolsáveis, em áreas estratégicas, tais como energia, petróleo e gás, saúde, TICs, aeroespacial e defesa, agropecuária e sustentabilidade ambiental. Já para logística, haverá recursos para os portos de Porto Alegre e Rio Grande (R$ 1,1 bilhão), à ferrovia São Paulo-Rio Grande (R$ 13 bilhões) e para 43 aeroportos regionais (R$ 1 bilhão).

A importância das parcerias público-privada também fez parte do pronunciamento do governador Tarso Genro. "Em conjunto com a FIERGS e demais setores da sociedade temos pensado o futuro do Estado no médio e longo prazo. Nós cada vez mais devemos nos associar, vamos trabalhar cada um na sua competência pública ou privada, para jogar o Rio Grande do Sul para frente e para cima", destacou.

Publicado segunda-feira, 9 de Setembro de 2013 - 0h00