Nesta segunda-feira (29), foi realizado o evento de comemoração aos dez anos do Banco de Alimentos, vinculado à Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais, desenvolvido por meio do Comitê de Cidadania da FIERGS. O presidente do Sistema FIERGS, Paulo Tigre, destacou os números conquistados pela iniciativa em uma década de atuação. "Hoje, são atendidas 331 creches e associações, que recebem 250 toneladas de alimentos por mês", ressaltou Tigre. Ele acrescentou que atualmente existem 17 bancos interligados distribuídos no Rio Grande do Sul e, desde março, o projeto tornou-se nacional com a inclusão de uma unidade no Rio de Janeiro. "Mas nada teria sucesso se não fossem dois fatores essenciais: os cidadãos e as empresas que doam os alimentos, e esse fantástico número de pessoas abnegadas, que dedicam até finais de semana para a causa dos nossos Bancos Sociais", complementou. Em uma década, foram coletados 16 milhões de quilos de produtos alimentícios.
O evento teve a palestra do norte-americano Christopher Rebstock, presidente da Global FoodBanking Network, organização não governamental dedicada à criação, ao suporte e fortalecimento dos bancos de alimentos e suas redes em todo o mundo - com foco especial na redução da desnutrição infantil. Segundo Rebstock, a cada cinco segundos uma criança morre de doença relacionada à fome e à desnutrição ao redor do mundo. "Sem comida, não há produtividade e a estabilidade social fica enfraquecida. Já sem fome, reduzimos, inclusive, os índices de crime e violência", analisa. Rebstock também destacou a iniciativa gaúcha de criar uma Rede Nacional de Bancos de Alimentos, considerada por ele uma ação pioneira que potencializará o trabalho dos bancos com a união de projetos em todo o País.
Para o fundador e presidente do Conselho de Administração do Banco de Alimentos, Jorge Luiz Buneder, o desafio dos próximos anos é elevar o número de pessoas e de lugares atendidos. "Interiorizar ainda mais os bancos e evoluir nacionalmente com o apoio de parceiros", planeja Buneder. Hoje, somente em Porto Alegre existem 1.200 entidades sociais em condições de receberem as doações. "Mas conseguimos atender 25% desse total, precisamos aumentar a arrecadação para ampliar a abrangência", reforça Buneder.
O presidente executivo do Banco de Alimentos, Paulo Renê Bernhard, fez uma retrospectiva dos dez anos de trabalho, ressaltando a importância da aproximação entre empresas, universidades e sindicatos, especialmente o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do RS (Setcergs-RS), que contribui na logística e distribuição dos itens arrecadados. "Estamos não só entregando alimentos, mas capacitando profissionais e criando uma nova cultura em segurança alimentar para as instituições atendidas", afirmou Bernhard. Ele cita o exemplo do projeto Cozinha Nota 10, que tem como objetivo incentivar a qualidade, segurança dos alimentos e boas práticas para serviços de alimentação das organizações beneficiadas.
