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Ex-ministros garantem que agroindústria brasileira tem mercado para ampliar negócios mundialmente

O agronegócio representou 27% do PIB brasileiro no ano passado. Além disso, em um período de duas décadas, entre 2000 e 2020, as suas exportações saltaram de US$ 20 bilhões para US$ 100 bilhões. Esses resultados atestam a importância de se valorizar o setor no Brasil e foram tratados, nessa terça-feira, pelos ex-ministros da Agricultura Francisco Turra e Roberto Rodrigues na palestra Desafios e Oportunidades para a Agroindústria, promovida pela FIERGS, por meio do Conselho da Agroindústria (Conagro).  O objetivo foi o de apresentar um raio-x do cenário mundial após a pandemia e promover a construção de um panorama para os próximos anos.

O debate teve a mediação dos coordenadores do Conagro Alexandre Guerra e Aristides Vogt, diretamente do Estúdio Digital da FIERGS, acompanhados de Turra, enquanto Rodrigues participou de forma on-line. “O Brasil pode aumentar em 40% a sua produção exportada de alimentos em 10 anos”, prevê Rodrigues, ressaltando, porém, a necessidade de se traçar estratégias para garantir esse crescimento de produtividade.

Engenheiro agrônomo e coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, Rodrigues defende que, apesar dos bons resultados do agronegócio brasileiro nos últimos anos, será preciso o País lidar com alguns problemas. Especialmente a partir da imagem desgastada no exterior por conta de desmatamento na Amazônia, incêndios, grilagem de terras, garimpo ilegal, provocados, segundo ele, por “aventureiros e bandidos” que nada têm a ver com o agronegócio. “Não podemos aceitar isso, temos que acabar com essas ilegalidades”, reforçou.

Turra destacou o fato de, durante a pandemia, o agronegócio brasileiro ter conseguido manter a produtividade e alimentar populações. O ex-ministro fez uma breve explanação sobre o mercado mundial da carne, lembrando, por exemplo, que embora os Estados Unidos sejam os maiores produtores de frango, o Brasil é o maior exportador, com cerca de 37% do mercado global, prevendo ainda que, para 2022, deverá ser o único país a crescer as exportações desse produto. Outra vantagem apontada por Turra é o fato de ser um país livre de problemas como a febre aftosa ou gripe suína, o que atesta a qualidade da produção brasileira. Por fim, a expectativa de Turra é a de que, do aumento necessário na produção mundial de proteína animal até o ano de 2029, 41% sairá do Brasil.

Turra e Rodrigues defenderam também uma melhor comunicação do setor do agronegócio e do governo brasileiro com o mundo, combatendo a desinformação que prejudica a imagem do setor.

Assista o evento na íntegra:

Publicado Terça-feira, 7 de Dezembro de 2021 - 20h20