Você está aqui

Levantamento da FIERGS indica que indústria pretende voltar a contratar

Após 33 meses de queda, o Indicador de Emprego da Sondagem Industrial, divulgada nesta quarta-feira (29) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), revela estabilidade ao alcançar 49,7 pontos em fevereiro, na comparação com janeiro de 2017. Outro índice do levantamento, o da produção industrial, também chega a 49,7 pontos mostrando, pela proximidade com a linha divisória dos 50, que ficou estável em relação ao primeiro mês do ano. Para efeito de comparação, no mesmo período de 2016 o indicador estava em 45,7 pontos e, em 2015, em 40,6. “A retomada da produção segue abaixo do esperado em função da demora na recuperação do consumo interno, mas caso ocorra a necessidade de aumentar a produção, o setor industrial gaúcho poderá fazê-lo, visto que a ociosidade permanece elevada”, afirma o presidente da FIERGS, Heitor José Müller. 

A declaração de Müller é amparada pelo resultado da Utilização da Capacidade Instalada (UCI). Mesmo registrando um aumento de três pontos, a UCI chegou a apenas 66% em fevereiro. O índice de UCI em relação à usual (42 pontos) permanece mostrando atividade baixa, ainda que tenha alcançado o maior valor desde abril de 2014.

Os estoques de produtos finais continuaram em ascensão e em níveis elevados no segundo mês do ano, mas de forma menos intensa do que em janeiro. O índice de evolução estoques registrou 51,2 pontos, enquanto em relação ao planejado recuou para 51,9 pontos (era de 53,7 no mês anterior), mais próximo do programado pelas empresas.

EXPECTATIVAS
Diante da perspectiva apresentada, os empresários gaúchos revelam um maior otimismo para os próximos seis meses. O índice de demanda alcançou 58,9 pontos em março, uma impressão positiva que não ocorria desde abril de 2013 (61 pontos). Nesse cenário mais favorável, a indústria gaúcha pretende aumentar o emprego (51,5 pontos) pela primeira vez desde abril de 2014 e as empresas projetam também intensificar as compras de matérias-primas (56,3). Da mesma forma, o indicador de exportação, mesmo baixando de 56,8 em fevereiro para 55,9 pontos em março, sugere expansão. Por fim, a intenção de investimento voltou a crescer e atingiu 48,6 pontos em março, maior nível em 25 meses, ante os 41,4 observados em fevereiro.

Os indicadores da Sondagem Industrial variam de zero a 100 pontos. Valores menores que 50 indicam queda da produção e do emprego, expectativas negativas e estoques abaixo do esperado. A pesquisa, realizada entre 2 e 14 de março, ouviu 244 empresas sendo 60 pequenas, 87 médias e 97 grandes.

 

Publicado quarta-feira, 29 de Março de 2017 - 15h15