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“Todos os profissionais aqui presentes podem ser considerados bilionários em informação. Na era da comunicação tecnológica e da internet, ela está totalmente disponível para todos nós. No entanto, a grande questão é saber qual será o uso desses dados para expandir os resultados das empresas e seguir avaliando a qualidade da tomada de decisões, para torná-las realmente produtivas”. A mensagem é da especialista em inovação Martha Russel, da Universidade de Stanford, que compartilhou seus conhecimentos durante a sexta edição do curso que integra o programa de Educação Executiva do Instituto Euvaldo Lodi do Rio Grande do Sul (IEL-RS), realizado no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. Martha carrega em seu currículo iniciativas no desenvolvimento de negócios, transferência de tecnologia em ciências da informação, comunicações e microeletrônica. 
 
Em sua participação, ela também tratou do sistema MediaX, que conecta representantes do mundo dos negócios com os mais renomados pensadores da Universidade de Stanford. Trata-se de uma espécie de incubadora de ideias e um quadro programático de apoio a relações multidisciplinares. "Nossas iniciativas visam explorar como o uso da tecnologia da informação pode melhorar a experiência humana. Toda a fundamentação está no respeito pelas diferenças e centrada em nossa crença no poder da colaboração entre as empresas e pesquisadores acadêmicos no campus e em todo o mundo", explica Martha.
 
O presidente da FIERGS, Heitor José Müller, destacou a qualidade do evento que a cada ano traz palestrantes da Europa e América do Norte para apresentar e discutir com os empreendedores locais as novas formas de gestão. Segundo ele, cada vez mais as lideranças industriais precisam se dar conta da necessidade de buscar soluções que não passem por governos, mas por iniciativas próprias baseadas na inovação e novas formas de gestão.
 
O tema do programa de 2015 foi Estratégias de Mindset para Acelerar a Inovação e contou, ainda, com lições de Neil Jacobsen, diretor do Setor Acadêmico Executivo da Singularity Universitiy, com sede no Parque de Pesquisas Ames, da Nasa. Ele abordou a inteligência artificial (IA) e de que forma ela pode ser utilizada para inovar dentro das empresas e na tomada de decisões acertadas – embora ainda haja muito a evoluir nessa aplicação. Questionado se a IA veio para terceirizar a tomada de decisão, explicou que "ela é apenas uma ferramenta para contribuir na melhoria desse processo e não para substituir o poder de decisão dos executivos".
 
Ele destacou uma pesquisa entre empresas que aplicam a inteligência e obtiveram como principais resultados: aumento das habilidades humanas, aceleração de processos, melhoria da qualidade de produtos e serviços, redução de custo total e expansão da gama de possibilidades. "Em relação à inteligência artificial, vai fazer parte da nossa realidade, precisamos estar preparados. Ficamos tão imersos nas questões do dia-a-dia da operação do nosso negócio que, muitas vezes, acaba não sobrando muito tempo para refletir. Participar desse curso nos proporciona isso, olhar o presente e o futuro. Esse curso foi importante para conhecer mais sobre a velocidade com que as coisas estão andando e o que está acontecendo no mundo", afirmou o diretor comercial e de Relações com o Mercado da Oderich, Marcos Oderich, que esteve entre os cerca de 50 empresários participantes desta edição do curso.
 
Já o diretor-presidente da Marcopolo, José Rubens de La Rosa, afirmou que “a educação é a base de tudo, seja executiva, ou básica. É importante estar sempre humilde e saber que há muito a aprender. Sou muito a favor da educação, que nos fará melhor. A educação executiva faz as empresas melhores, que são fundamentais para o desenvolvimento econômico e social, quanto melhor conduzidas, melhor para todos nós, para o País e para o mundo”. 
 
Ponte entre a indústria e o mundo
 
O especialista em empreendedorismo, intraempreendedorismo e turnaround, Chuck House, falou sobre as categorias de inovação, da construção de um perfil próprio de inovação, a coragem e o risco da estratégia dos investimentos em inovação e sua execução na prática. “Essa experiência que o IEL proporciona é fantástica porque são poucas oportunidades que temos aqui no Rio Grande do Sul para estarmos juntos com outros colegas, trocando opiniões, principalmente em um programa que oferece uma visão diferente daquilo que nós vemos no Estado e no País, em relação a uma economia globalizada. Nos próximos anos, eu estarei presente e trarei outros colegas”, comenta o vice-presidente de Operações da Stihl, Arno Tomasini.  
O superintendente do IEL Nacional, Paulo Mól, afirma que essa é a essência do instituto, realizar as pontes entre as indústrias e o mundo acadêmico, trazendo subsídios para a melhoria na gestão empresarial. "O IEL do Rio Grande do Sul é um dos pioneiros nesse projeto de Educação Executiva, no qual aproxima empresários e professores das melhores universidades do mundo. O IEL Nacional estimula cada vez mais para que os outros Estados também o façam”, explica. 
 
 
FOTO: Dudu Leal 
 
 
Publicado sexta-feira, 29 de Maio de 2015 - 16h16