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Importações da indústria crescem de forma acelerada

As exportações da indústria gaúcha somaram US$ 1,48 bilhão em outubro, um incremento de 11% em relação ao mesmo mês em 2010, enquanto que as importações do segmento cresceram 22,7% e chegaram a US$ 1,38 bilhão. As compras do setor industrial foram puxadas pelos pedidos dos segmentos de Coque e Produtos Derivados do Petróleo, com alta de 134%, e Extrativa Mineral, elevação de 104%. Entre os produtos mais adquiridos estão óleo diesel, naftas para petroquímica, petróleo e gás natural. "O setor exportador tem conseguido avançar, apesar dos problemas fiscais nas economias de importantes parceiros comerciais, como os países da Zona do Euro", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, ao avaliar a balança comercial nessa quarta-feira (16).

A indústria gaúcha respondeu por 86,4% das vendas externas totais do Estado em outubro, que atingiram US$ 1,71 bilhão. Esse índice chegou a 93,3% no mesmo mês de 2010. A queda pode ser explicada pelo avanço dos embarques de produtos básicos que, nessa base de comparação, subiram 165%, aumentando assim sua participação de 6% para 13%. Boa parte desse movimento se deve à expansão nas exportações de grãos de soja (163%), sobretudo para a China e Tailândia.

Os setores industriais com crescimentos mais significativos nas exportações foram Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias (59,2%), Químicos (39,7%) e Máquinas e Equipamentos (26,2%). Já as quedas mais expressivas foram registradas nos segmentos de Madeira (-75%), Tabaco (-15,4%) e Couro e Calçados (-11,7%).

No que se refere aos destinos, a China manteve a primeira colocação em outubro, apesar de ter reduzido de 22,3% para 16,7% a sua participação na pauta gaúcha, em relação ao mesmo mês do ano passado. Isso ocorreu devido à queda de quase 40% nos vendas de tabaco não manufaturado para o país asiático. Outros produtos embarcados foram grãos de soja e pasta química de madeira. Na segunda posição, a Argentina respondeu por 11% de tudo que o Estado vendeu, recebendo automóveis, produtos químicos e colheitadeiras. Em seguida vem os Estados Unidos, comprando 8% do total, com pedidos de hidrocarbonetos, armas de fogo e borracha.

O Rio Grande do Sul foi o quarto Estado que mais exportou no mês passado, somando 7,7% do total da pauta brasileira. A primeira posição ficou com São Paulo (23,5%), seguido por Minas Gerais (17,6%) e Rio de Janeiro (10%). O Pará (6,7%) completa o ranking dos cinco maiores exportadores do Brasil.

Acumulado do ano − De janeiro a outubro, as exportações do Rio Grande do Sul expandiram 28,9%, atingindo US$ 16,7 bilhões, na comparação ao mesmo período do ano passado. O setor industrial foi responsável por 78,27% dos embarques, contra 84,2% em 2010. Os 17 países que adotam o euro como moeda única foram responsáveis por 16% das vendas externas do Estado nos dez primeiros meses de 2011, o que representa uma redução de um ponto percentual ante o ano passado.

Os países que já atravessam problemas nas suas economias devido aos elevados níveis de endividamento, entre eles Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha, receberam apenas 4% dos produtos. Os setores gaúchos que mais podem ser prejudicados com um agravamento da crise da Grécia são Tabaco e Calçados, enquanto que uma deterioração na Itália pode afetar negativamente Couros e Calçados, além das vendas de soja.

Publicado quarta-feira, 16 de Novembro de 2011 - 0h00