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Após queda de 3,1%, em março, e crescimento de 2,3%, em abril, o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) voltou a subir em maio, 1,5%, com ajuste sazonal, na comparação com o mês anterior, revela pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), nesta segunda-feira (8). A última vez que a atividade da indústria de transformação no RS cresceu por dois meses seguidos foi no último bimestre de 2017. Mesmo assim, alerta o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, os resultados positivos não alteram o quadro de estabilização observado atualmente. “Além da volatilidade, grande parte dos números de maio, sobretudo as comparações anuais, está inflada pela paralisação dos caminhoneiros em 2018. Com a demanda interna e externa insuficientes, diante dessa conjuntura a indústria gaúcha tende a retomar lentamente o ciclo de recuperação perdido no segundo semestre do ano passado”, explica Petry.

Segundo análise da FIERGS, os juros e a inflação baixos podem abrir espaço para alguma reação no segundo semestre, mas em ritmo lento por causa do desemprego elevado, da crise fiscal, da incerteza política e da crise argentina. Diante desse cenário, a  evolução atual da indústria gaúcha deve continuar nos próximos meses: estabilizada, mas em um nível suficiente para sustentar o crescimento no ano. No médio e longo prazo, no entanto, uma elevação sustentada só se dará com a aprovação de reformas para que os investimentos retornem e a recuperação do setor ganhe força.

A pesquisa divulgada pela FIERGS revela também que o índice de média móvel trimestral encerrada em maio mostrou um pequeno aumento, de 0,2%, em relação a abril, mantendo praticamente o nível desde agosto de 2018.  Entre seus componentes, o avanço do IDI-RS ante abril foi determinado pelas compras industriais (elevação de 11,6%). Porém, os resultados foram distintos: aumentos também na utilização da capacidade instalada-UCI (1,4 ponto percentual) e na massa salarial real (0,8%). A queda se deu no faturamento real (-3,5%) e estabilidades nas horas trabalhadas na produção e no emprego, todos com ajustes sazonais.

COMPARAÇÃO ANUAL
Relativamente ao mesmo mês de 2018, a atividade industrial gaúcha registrou a maior alta desde março de 2010: 13% em maio. Além da baixa base de comparação, pelo efeito da crise dos caminhoneiros, maio de 2019 ainda teve um dia útil a mais do que o de 2018. Com isso, o IDI-RS acelerou o crescimento no acumulado do ano de 1,9% até abril para 4% até maio, a maior taxa do ano.

Na comparação anual acumulada de janeiro a maio, somente a massa salarial caiu (-1,9%) entre os seis componentes do IDI-RS em relação ao ano passado. Todos os demais tiveram elevação. As maiores altas foram observadas no faturamento real (10,9%) e nas compras industriais (8,5%). Os demais indicadores também exerceram influência positiva: a UCI (1,7 ponto percentual), as horas trabalhadas na produção (0,9%) e o emprego (0,5%).

Por setor, entre os 17 pesquisados pela FIERGS, 11 registraram aumento na atividade no período nos cinco primeiros meses, três a mais do que em abril. Mas apenas três cresceram acima da média geral: Veículos automotores (19,8%), Tabaco (17,4%) e Madeira (16,3%). Os dois primeiros fornecem os maiores contribuições para a elevação no ano. Já os principais impactos negativos vieram de Alimentos (-1%), Têxteis (-5,8%) e Vestuário (-8,3%).

Mais informações em http://www.fiergs.org.br/pt-br/economia.

Publicado segunda-feira, 8 de Julho de 2019 - 16h16