Essas configuram as prioridades que vêm sendo tratadas pela diretoria do Sindicato das Empresas do Complexo Industrial da Saúde no Estado do Rio Grande do Sul (Sindicis), a nova denominação do Sindifar ao completar 80 anos em 6 de junho. “Queremos ampliar nosso escopo. Durante muito tempo, na organização sindical, estivemos presos na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Se pensarmos a CLT foi promulgada e ainda ocorria a 2ª guerra mundial, estamos desatualizados. Hoje, temos uma série de produtos para a saúde, antes chamavam correlatos, de empresas, que fabricam itens como máscara de proteção, luva, touca, instrumental cirúrgico, de diagnóstico – até o mobiliário de hospital, softwares, e almejamos ampliar as associadas nesses segmentos”, explica o presidente do Sindifar/Sindicis, Thômaz Nunnekamp. E acrescenta que “se olharmos o nosso estatuto, somos um sindicato do complexo industrial da saúde, mas, no Ministério do Trabalho, ainda somos só representantes da indústria farmacêutica. Por isso, temos o nome dobrado Sindifar/Sindicis. Já somos um sindicato do complexo industrial da saúde, mas ainda não conseguimos fazer essa migração total”.
Atualmente, o Sindifar/Sindicis conta com 17 indústrias associadas, divididas entre 13 farmacêuticas e quatro de produtos para a saúde.
Hub de saúde
Nunnekamp acredita que o Rio Grande do Sul, especialmente, a Região Metropolitana de Porto Alegre, tem potencial para se tornar um hub da área industrial voltada para a saúde. “Temos boas universidades, excelentes hospitais, prestadores de serviço e todo o caminho. Talvez, faltem alguns itens e esse é o nosso desafio. Fazer o RS um ponto forte, um hub na área da saúde, de fabricação de produtos e uma indústria local desenvolvendo tecnologia própria. No futuro, o Sindicato pode ser um dos indutores desse plano, de forma a reduzirmos a dependência externa. Vimos o caso das máscaras na pandemia, quase 90% eram importadas da China. Aos poucos, vamos buscar maior participação em nível de mercado nacional e, tomara, no futuro, até internacional”, projeta.
Resultados
Entre as conquistas do Sindifar/Sindicis nessas oito décadas de atividades, o presidente afirma que as principais foram relativas à defesa do papel desempenhado pelas indústrias de pequeno e médio porte dentro do cenário nacional. Isso é demonstrado nas participações do Sindicato junto à Anvisa, seja participando de discussões sobre temas específicos com suas Gerências, contribuindo em consultas públicas, ou em outras ações da Agência. “Conseguimos mostrar a importância da indústria nacional até de pequeno porte, que muitas vezes está num segmento específico, fazendo um produto específico. Ainda temos muito trabalho pela frente nesse sentido e de mostrar até mesmo para o governo do RS a importância do setor”, destaca, lembrando que, hoje, o Estado já demanda mais serviço de saúde. Além disso, o Sindicato conquistou a posição de referência regional como o elo entre o setor regulado e o agente regulador, por meio de discussões técnico-regulatórias, programas de capacitação e desenvolvimento de projetos que atendam as necessidades das associadas e do mercado. “Se olharmos o Brasil, estamos uns 10 anos à frente, em termos de mapa demográfico. O RS, hoje, é o Brasil daqui uma década, com idosos, que exigem políticas públicas específicas e toda uma estrutura na área de saúde”, comenta.
Mensagem aos industriais
Nunnenkamp também deixa um recado a todos os industriais. “Se quisermos viver em um Brasil desenvolvido, precisamos ter uma indústria forte. Um País, com a extensão e uma população numerosa como a nossa, não vai conseguir chegar ao patamar de nação desenvolvida só exportando commodities”, ressalta. O presidente do Sindifar/Sindicis reforça que a indústria agrega valor a produtos primários, permite a criação de uma classe média, que consome serviços de valor agregado porque paga salários melhores que a média de outros setores. “O setor de serviços se desenvolve quando tem uma indústria forte. Demanda serviços complexos e tecnológicos. Não podemos seguir no modelo de inviabilizar a indústria”, finaliza.
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