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A indústria gaúcha cresceu 9,9%, em junho, recuperando parte da perda de 11,6% registrada em maio. O resultado foi divulgado em pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), nesta quinta-feira (8). “O setor industrial já vinha em situação difícil antes da calamidade das chuvas. Agora, além dos danos mais duradouros causados pelas enchentes, sofremos ainda com o cenário econômico doméstico, carregado de incerteza com relação à política fiscal, e que piorou a partir da interrupção no ciclo de redução dos juros e com a instabilidade cambial. Isso dificulta a recuperação das empresas e, como consequência, nos prejudica na tentativa de reconstrução imediata do Rio Grande do Sul”, diz o presidente da FIERGS, Claudio Bier.

O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) da FIERGS mostra que, assim como no mês anterior, em junho a atividade industrial foi impactada pelos componentes faturamento real e compras industriais. Cresceram, respectivamente, 14,2% e 37,7%, após caírem, na mesma ordem, 19% e 29,9%, em maio. Na mesma base de comparação, a indústria gaúcha utilizou 81% de sua capacidade instalada (UCI) em junho, um aumento de cinco pontos percentuais em relação a maio. As horas trabalhadas na produção cresceram 1,4% (tiveram queda de 1,6% em maio), o emprego, por sua vez, ficou praticamente estável (-0,1%) e apenas a massa salarial real recuou: 2%.

Na comparação anual com junho de 2023, porém, os resultados seguem predominantemente negativos. O IDI-RS recuou 1,6%, com quatro dos seis componentes em queda, com destaque para o faturamento real (-4,5%) e para as compras industriais (-4,2%). Ressaltando que junho de 2024 teve um dia útil a menos do que o mesmo mês de 2023, 20 ante 21.

Já na análise dos primeiros semestres de 2024 e de 2023, o IDI-RS acumulou queda de 3,4%. Entre os indicadores que o compõem, mais uma vez o faturamento real e as compras industriais se destacaram com as perdas mais intensas no acumulado de janeiro a junho: -5,8% e -9,5%, respectivamente, relativamente ao mesmo período do ano passado. Também recuaram as horas trabalhadas na produção (-3,3%) e o emprego (-1,5%), enquanto a UCI (0,6 ponto percentual) e a massa salarial real (3,2%) aumentaram.

Em 12 dos 16 segmentos incluídos na pesquisa de junho da FIERGS, o cenário ficou negativo, com o nível de atividade tendo recuado na comparação entre o primeiro semestre de 2024 e o de 2023. A queda mais impactante foi a de Máquinas e equipamentos (-14,4%). Outras participações negativas importantes foram de Couros e calçados (-4,8%), de Alimentos (-1,9%) e de Equipamentos de informática e eletrônicos (-10,6%). Já entre os quatro segmentos ­com crescimento na atividade industrial no ano, o de Veículos automotores forneceu a maior contribuição positiva (9,4%), destacando também o de Móveis (6,4%).

Publicado quinta-feira, 8 de Agosto de 2024 - 15h15