O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), medido pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, registrou um crescimento de 1,2% em janeiro comparado ao mesmo mês do ano anterior. A taxa acumulada em 12 meses está praticamente estável (+2,3%) desde abril do ano passado. Os resultados, divulgados nesta quinta-feira (7), demonstram que parte do cenário de 2018, sobretudo depois da greve dos caminhoneiros, continua presente no início de 2019. “Após o segundo semestre do ano passado, o processo de recuperação cíclica da atividade industrial gaúcha, que vinha acontecendo de forma lenta e gradual, deu lugar a uma estagnação, sob o peso da enorme incerteza política, da fraqueza da demanda doméstica e das crises dos caminhoneiros e da Argentina. A incerteza política acabou com as eleições, mas as dúvidas com relação às reformas continua, postergando investimentos”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry. O industrial destaca que os sinais de aceleração da atividade industrial no Estado em janeiro de 2019 seguem restritos ao campo das expectativas. “Só voltaremos a crescer na economia real se houver progressos efetivos na agenda de reformas e ajustes fiscais”, pondera.
Entre os seis indicadores que integram o IDI-RS, o faturamento real (+5%) foi o que mais cresceu em relação a janeiro do ano passado. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) (+3,5 p.p.) e o emprego (+0,3%) também deram contribuições positivas. Já as horas trabalhadas na produção (-1,6%), a massa salarial real (-4,1%) e as compras industriais (-1,0%) iniciaram o ano em queda.
No início de 2019, dez dos 17 setores pesquisados cresceram relativamente a janeiro do ano passado. A indústria de Veículos automotores continua sendo o principal responsável pelo desempenho ao crescer 7,5% no período, acompanhada pelo Tabaco (+21,9%). Os três maiores geradores de emprego Alimentos (-2,8%), Couros e calçados (-6,5%) e Produtos de metal (-3,6%), iniciaram 2019 com queda da atividade.
JANEIRO X DEZEMBRO
Na comparação com dezembro de 2018, janeiro teve queda do nível de atividade em 1,1%, descontados os efeitos sazonais e está praticamente igual a abril de 2018. A retração do IDI-RS em janeiro foi influenciada por três dos seis componentes: massa salarial real (-11,6%), que devolveu a alta expressiva de dezembro, além do emprego (-0,1%) e das horas trabalhadas na produção (-0,3%). O mês de janeiro, entretanto, mostrou avanços dos componentes mais associados à produção, principalmente, do faturamento real (+9,2%), enquanto as compras Industriais (+1,1%) e a utilização da Capacidade Instalada-UCI (+0,9 p.p.) apresentaram um ritmo mais lento.