Nos próximos três anos, a Federação e o Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS/CIERGS) irão atuar decisivamente na consolidação da Nova Economia do Estado, que agrega valor ao agronegócio e à agroindústria. Esta é uma das principais metas da gestão do presidente das entidades, Paulo Fernandes Tigre, para o seu segundo mandato, que vai até julho de 2011. "O antigo celeiro do Brasil, como éramos chamados, agora também fabrica chips. A inovação e a tecnologia são as marcas da nossa futura história econômica", afirmou o industrial na coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (23), citando como exemplo da Nova Economia gaúcha as áreas de biocombustíveis, celulose, biotecnologia, alimentos funcionais e o pólo alcoolquímico.
O industrial destacou ainda a importância dos setores industriais tradicionais, que, apesar de terem sofrido com o câmbio, a burocracia e os elevados juros, estão investindo em novos mercados, tecnologia e agregando valor ao produto. "Claro que os níveis de competitividade ainda carregam algumas travas para o nosso dinamismo. É necessário acelerar e completar as reformas estruturais, dentre elas a Política, Tributária e Trabalhista".
É preciso também, conforme Tigre, reduzir a burocracia e diminuir drasticamente os custos de produção e do investimento, juntamente com a essencial modernização da infra-estrutura. Ele lembra que no Brasil, para abrir um negócio, são necessários 17 procedimentos que levam, em média, 152 dias. O sexto pior resultado no mundo. Além disso, cerca de 25% do tempo útil da alta administração de uma empresa é utilizado para atender exigências burocráticas. "A FIERGS e o CIERGS continuarão atuando fortemente para reverter este cenário, numa conjunção de esforços com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os deputados gaúchos, o governo do Estado e o setor empresarial."
Entre os avanços recentes do Brasil em direção ao seu desenvolvimento, Tigre citou o Programa de Aceleração do Crescimento e a Política de Desenvolvimento Produtivo. "É importante desatar os nós que aprisionam a livre iniciativa e que desestimulam o empreendedorismo no país. Tornar-se empreendedor ainda é um sacrifício, quando deveria ser uma decisão estimulada, facilitada e amparada em todos os seus sentidos sociais e econômicos", argumentou.
Em relação ao mercado externo, o presidente das entidades acredita que o desafio para os próximos três anos será enfrentar a maior concorrência e as tendências ao protecionismo em diversas nações. Outra questão que tem tirado o sono dos industriais, segundo ele, são os créditos de exportação. "Foi criada a regra, mas não o fundo financeiro", disse Tigre, lembrando que o governo estadual precisa ainda repassar R$ 85 milhões para o setor coureiro-calçadista.
A área de educação está entre as prioridades da Federação para a gestão 2008/2011. "Qualquer nação desenvolvida tem a educação como pilar do seu crescimento. A FIERGS e a CNI estão empenhadas em aumentar a qualificação do trabalhador brasileiro por meio do programa Educação para a Nova Indústria, com ênfase no ensino técnico", garantiu Tigre.
Paulo Tigre será empossado nesta quinta-feira (24) para o seu segundo mandato à frente da presidência da FIERGS e do CIERGS. A cerimônia acontecerá às 20h, no Teatro do Sesi, com a presença do vice-presidente da República, José Alencar, e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto.