O workshop Gestão de Crise, realizado pelo Sistema FIERGS, por meio do Conselho da Pequena e Média Indústria e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-RS), abordou os impactos nas empresas familiares em períodos de turbulência econômica e de sucessão. “Buscar informações e conhecimento é um caminho importante para evitar ou minimizar as dificuldades. Esse evento busca oferecer algumas perspectivas e troca de experiências”, afirmou o coordenador do Grupo Temático de Governança Corporativa da entidade, César Rangel Codorniz, na abertura do evento, nesta quinta-feira (5).

 

De acordo com o diretor da Ricca & Associados e da Revista Empresa Familiar, Domingos Ricca, muitas novas oportunidades surgem a partir da reação dos empreendedores diante das adversidades. “A crise é como cada um a enxerga e se posiciona”, disse, citando os quatro pilares que as empresas familiares devem ter para garantir um futuro promissor: carisma/liderança, cultura e perseverança. “A falta de valores de governança corporativa põe em risco a sobrevivência do negócio”, alertou. Ele também destacou o papel da governança corporativa com “transparência, equidade, prestação de contas, respeito e responsabilidade, ética e boas práticas”. “A profissionalização e a sucessão são os caminhos para perpetuar um negócio em família”, concluiu.

 

A reestruturação e a recuperação judicial das empresas foram abordadas pelo sócio-fundador do MR&Z - Martins, Rillo e Zago Advogados Associados, Roberto Martins. Segundo ele, uma das dificuldades é a demora dos empresários em buscar o procedimento de recuperação judicial. Explicou que quando as empresas chegam nessa instância, “a situação já está muito complicada, com uma dilapidação patrimonial e atividade praticamente suspensa”. Conforme uma pesquisa do Instituto Nacional de Recuperação Empresarial (Inre), somente no primeiro semestre deste ano, foram 420 pedidos, em todo o País, contra 305 registrados no mesmo período do ano passado, uma alta de quase 40%.