Você está aqui

O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgado nessa quinta-feira (9) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), caiu 4,4% na virada do ano, com ajuste sazonal. Foi o quarto recuo em relação ao mês anterior nos últimos cinco meses, acumulando perdas de 7,8%. “De uma forma geral, os indicadores mostram um cenário bastante negativo para o setor em janeiro, confirmando o ciclo intenso de desaceleração pelo qual passa a indústria gaúcha desde setembro do ano passado, processo fortalecido pela perda da confiança dos empresários durante esse período”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry. Ele reforça que o setor industrial enfrenta um cenário cada vez mais adverso, ao combinar elevados níveis de incerteza e juros com a redução da demanda doméstica, especialmente dos investimentos, em consequência da desaceleração econômica em curso.

A análise por componentes do IDI-RS revelou, em janeiro, que a principal contribuição negativa veio do faturamento real, que despencou 11,4% e, em menor medida, das compras industriais, que recuaram 4,5%. Também caíram as horas trabalhadas na produção, 1,3%; a utilização da capacidade instalada-UCI, que perdeu 2,5 pontos percentuais – de 81,4% para 78,9% – e o emprego, que registrou -0,8%, a mais intensa das quatro quedas consecutivas. Somente a massa salarial real cresceu, 3,1%.

ANUAL
Essa sequência de desempenhos negativos provoca impacto nas comparações anuais. De fato, o IDI-RS, em janeiro de 2023, registrou a primeira contração na comparação com o mesmo mês do ano anterior desde agosto de 2020: 3,4%. Já a variação positiva de longo prazo, em 12 meses, desacelerou de 4,6%, em dezembro, para 4%, em janeiro de 2023. Em janeiro de 2022, era de 12,7%.

A análise anual mostrou resultados discrepantes entre os componentes do IDI-RS. A queda de 3,4% frente a janeiro de 2022 foi determinada, principalmente, pelas compras industriais (-15,1%) e pelo faturamento real (-8,8%), com impacto negativo também da UCI, em menos 2,5 pontos percentuais. Cresceram, por outro lado, as horas trabalhadas na produção (1,8%), o emprego (2,5%) e a massa salarial real (17,8%).

O ano de 2023 iniciou com perda de atividade em dez dos 16 setores pesquisados na comparação com janeiro de 2022. Destaque para Veículos automotores, -12,5%; Produtos de metal, -9,7%, e Metalurgia, -19,2%, pela influência negativa dada ao resultado global. Por outro lado, as contribuições positivas mais importantes vieram de Alimentos (+6,9%), Informática e eletrônicos (+20,4%) e Couros e calçados (+6,1%).

Publicado quinta-feira, 9 de Março de 2023 - 16h16