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Queda de produção da indústria gaúcha em dezembro foi a menor em cinco anos

Dezembro de 2016 revelou a menor queda de produção dos últimos cinco anos para a indústria gaúcha. O tradicional desaquecimento sazonal da atividade para o mês, de 39,4 pontos, ficou atrás apenas de dezembro de 2011, quando o índice atingiu 41,7 pontos. A pesquisa Sondagem Industrial foi divulgada nesta quarta-feira (25) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS). Sobre os resultados do 4º trimestre do ano passado, o levantamento da instituição também apurou que a carga tributária voltou a ocupar a primeira posição nas preocupações do setor (49,3% das respostas), ao contrário dos últimos sete trimestres. “Depois de três anos enfrentando muitos problemas, essa reação da demanda doméstica, mesmo tímida, demonstra que o cenário pode parar de piorar”, afirma o presidente da FIERGS, Heitor José Müller.
 
A pesquisa de opinião realizada pela instituição com 229 empresários, entre 2 e 13 de janeiro deste ano. A demanda interna insuficiente foi apontada pelos entrevistados como o segundo obstáculo para os negócios (37,4%), seguida pela inadimplência dos clientes (29,1%).
 
O levantamento referente ao 4º trimestre de 2016 apurou ainda que os industriais consideraram o acesso ao crédito muito difícil (31,2 pontos) e as margens de lucro (36,8 pontos) e a situação financeira (41,3 pontos) insatisfatórias. A ascensão dos preços das matérias-primas (60,2 pontos) agravou a situação em virtude da elevação dos custos.
 
Sobre o emprego industrial a tendência ainda é de queda, com 44,4 pontos no mês de dezembro. Em contrapartida, o grau médio de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) recuou em dezembro para 65%, ante 68% no mês anterior. “O começo do ano ainda deve ser difícil, mas a queda dos juros, a inflação mais controlada e os estoques ajustados são indicativos de um cenário melhor para 2017”, complementa, com cautela, o presidente da FIERGS.
 
A Sondagem Industrial mostrou, por fim, que os empresários gaúchos estão menos negativos em suas perspectivas para os próximos seis meses. Os índices de demanda (52,9 pontos), o de compra de matérias-primas (50,6 pontos) e o de exportações (53,9 pontos) projetam expansão.
 
 
Publicado quarta-feira, 25 de Janeiro de 2017 - 13h13