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"Fim do impeachment é o início de uma nova etapa no Brasil"

 
“O impeachment é um processo político. Por isto, o julgamento sempre é político. Assim como foi eminentemente político o pronunciamento de defesa da presidenta afastada. Se quisermos aprofundar as questões nessa área, então temos que olhar para a frente, e colocar alguns novos temas na pauta das discussões nacionais. É o caso de uma Constituinte Exclusiva para fazer a Reforma Política. É o caso de rediscutir a governança política do Brasil, debatendo o parlamentarismo. Enfim, precisamos que o ambiente político não complique o crescimento econômico. Ao contrário: o ambiente político deve favorecer, estimular e promover a expansão da economia, pois só assim o cidadão terá melhores oportunidades de evolução social.
 
E convém frisar que o impeachment não é um fim. É um meio destinado a resolver crises políticas na democracia.
 
Portanto, o término do impeachment na verdade é o começo de uma nova etapa no Brasil, que irá se desdobrar até 2018. Esperamos que o governo do presidente Temer , resolvida  a crise política, adote medidas efetivas para a retomada do crescimento econômico.
 
São medidas simples, mas de grande efeito, como a dinamização das exportações; uma política cambial ajustada; taxas de juros equilibradas; simplificação de procedimentos internos; adiamento da enorme carga regulatória que atinge as empresas, como a NR 12, o e-Social, o Bloco K, e outras tantas normas; atualização das faixas de financiamento do BNDES e acesso simplificado ao crédito; um novo Refis;  enfim, essas decisões são o núcleo para um novo começo da vida nacional.
 
Além de medidas pontuais, o governo deve criar um canal sistemático de interlocução com as entidades empresariais. A CNI, por exemplo, já entregou a ele 109 propostas. Esse canal é importante porque a retomada da economia só acontecerá com a elevação da confiança do empresariado nas políticas e programas oficiais. Confiança esta que repercute também na atração de investimentos do exterior.
 
Portanto, estamos iniciando uma nova etapa na vida dos brasileiros, na qual os setores produtivos precisam ser rapidamente estimulados para gerar empregos, renda e oportunidades de evolução social.” 
 
Heitor José Müller, presidente do Sistema FIERGS.
 

 

Publicado quarta-feira, 31 de Agosto de 2016 - 17h17