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Uma nova “revolução industrial”, que cria métodos de produção que se comunicam entre si e cujo entre os benefícios estão o de reduzir custos e aumentar a eficiência – a chamada Indústria 4.0 – é o foco da Feira de Hannover 2015, que terminou nesta sexta-feira (17), na Alemanha. Um missão prospectiva reunindo mais de cem participantes de todo o Brasil, liderada pelo presidente da FIERGS, Heitor José Müller, participou do evento com encontros de negócios, visitas agendadas e palestras. “É positiva a grande presença de brasileiros na feira mesmo em plena crise econômica e política. A visão de investimento deve ser de futuro, não de curto prazo”, afirmou Müller.
 
A indústria 4.0 envolve dentro da empresa a transmissão de dados em tempo real, simuladores e interação entre homem e máquina. Elementos que servem para ajudar a melhorar a competitividade, diminuir os gastos de energia, reduzir erros e acabar com os desperdícios na produção. “A indústria integrada é uma tendência para o futuro. Temos de copiar o que está ocorrendo hoje aqui, além daquilo que vai ser o amanhã”, observou Müller.
 
O presidente da FIERGS ficou especialmente impressionado em Hannover com o país-parceiro da feira, a Índia, que levou 400 empresas ao evento, em um total de 6,5 mil expositores. “O mote deles é trocar o made in India (feito na Índia) pelo make in India (faça na Índia). Prevejo que num futuro bem próximo o maior concorrente da indústria brasileira não será mais a China e o sudeste da Ásia, mas a Índia, e nós vamos ver isso acontecer bem ligeiro”, alertou. “Quem perdeu Hannover este ano deixou de ver a maior feira da história, são poucos os países que não estão representados”.
 
Representante de um dos setores de forte presença em Hannover, o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico no Rio Grande do Sul (Sinmetal), Gilberto Petry, mesmo visitando a feira desde 1984, consegue ver novidades sendo apresentadas e um evento modernizado a cada ano. “Naquela época, havia mais produtos finais e não intermediários, que entram nos processos produtivos, como ocorre hoje”, ressaltou. Apontou, ainda, a tendência cada vez maior de investimentos em veículos movidos a energia elétrica, que já saem da linha de produção da fábrica da Volkswagen, que ele visitou na Alemanha.
 
Para o presidente do Sindicato da Indústria de Artefatos de Borracha no Estado do Rio Grande do Sul (Sinborsul), Gilberto Brocco, que esteve na Alemanha junto com cinco empresas do setor, a Feira de Hannover é uma “oportunidade ímpar” para buscar novos mercados. “Estão presentes vários segmentos, podemos formar joint ventures, adquirir produtos para revender no Brasil e aumentar o nosso portfólio”, afirmou.
 
Já para o presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplas), Jaime Lorandi, Hannover é uma parada obrigatória a quem deseja descobrir técnicas modernas de automação e as novas tendências mundiais, além de tecnologias específicas para a indústria de plástico se tornar mais competitiva e poder exportar mais.
 
Foto: Divulgação FIERGS 
 
 
Publicado sexta-feira, 17 de Abril de 2015 - 14h14