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O cenário econômico foi o tema debatido por jovens lideranças empresariais nesta sexta-feira, na sede da FIERGS. Questões como política externa, câmbio, PIB, taxa de juros, produção industrial, emprego, infraestrutura e investimentos foram abordadas pelos economistas-chefes da FIERGS, Fecomércio e Farsul. “Acredito em planejamento estratégico de curto, médio e longo prazo como um bom caminho para garantir competitividade, produtividade e prosperidades em todos os níveis, desde governo e empresas até as famílias”, afirmou o vice-presidente da FIERGS e coordenador do Fórum de Economia da entidade, Humberto Busnello, na abertura do encontro, destacando as contribuições da Agenda 2020. O encontro foi promovido pelo Comitê de Futuras Lideranças Associativas (Comlider), coordenado por Alexandre De Carli.
 
Na visão dos economistas-chefes da FIERGS, André Nunes de Nunes, da Fecomércio, Patricia Palermo, e da Farsul, Antônio Da Luz, no cenário internacional, os Estados Unidos voltaram a ser os protagonistas do crescimento mundial, com uma consistente recuperação econômica após a crise mundial. A China, por sua vez, continua forte, mas passa por ajustes internos e deverá diminuir a sua velocidade de expansão, o que afetará mais diretamente nas commodities brasileiras. “Os Estados Unidos e a União Europeia, epicentro da turbulência financeira de 2008, estão crescendo mais que o Brasil. Então dizer que os problemas nacionais são reflexos da conjuntura internacional é um argumento contraditório com a realidade”, disse Nunes. 
 
As projeções para o crescimento da economia vêm se deteriorando rapidamente. Segundo Luz, para 2015, é esperada uma queda de 0,62% do PIB brasileiro. As expectativas quatro anos à frente, que em 2010 eram de um crescimento de 4,5%, atualmente são de uma expansão de apenas 2,3%. Não bastasse o cenário debilitado no campo da atividade, a correção do desequilíbrio das contas do governo e da aceleração inflacionária demandam políticas contracionistas. Em 2014, o setor público gastou R$ 32,5 bilhões a mais do que arrecadou, antes mesmo de se considerar o pagamento de juros da dívida.
 
Em relação ao ajuste fiscal proposto, acredita-se que o governo quer restaurar a credibilidade e sinalizar que as contas públicas ingressaram numa trajetória sustentável para evitar o rebaixamento da nota de risco de crédito do País. Mesmo sendo a coisa correta a ser feita, até o momento, não há indicativos claros de que o governo acredita que a política econômica dos últimos quatro anos foi equivocada e que não terá a sua filosofia resgatada quando essa turbulência passar. “A busca pela estabilidade econômica é o principal desafio para o governo neste início de segundo mandato. O equilíbrio das contas públicas será determinante para que a credibilidade da economia seja restaurada”, salienta Palermo. 
 
Foto: Dudu Leal 
Publicado sexta-feira, 20 de Março de 2015 - 17h17