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FIERGS entrega a Dilma pauta de temas da indústria

Durante o encontro com a presidenta da República, Dilma Rousseff, nesta quinta-feira, em Caxias do Sul, o presidente da Federação e do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul, Heitor José Müller, entregou uma pasta de documentos demonstrando a necessidade de que as políticas governamentais venham a expandir o crédito para as empresas privadas e, ao mesmo tempo, equacionem as barreiras para os produtos gaúchos e promovam a prospecção de novos destinos para as exportações.

Um dos documentos, com justificativa técnica das entidades, defende que o BNDES amplie e facilite o acesso das indústrias às suas linhas de financiamento, reduzindo a burocracia no cadastro de bens financiáveis, principalmente nas linhas da Finame, sem perder o controle sobre o conteúdo nacional dos itens. Dentre as propostas, a FIERGS também pontua a urgente atualização das faixas de enquadramento das empresas, cuja tabela está defasada em 50% conforme os estudos elaborados pela Federação. Sem a atualização, o Banco exclui aquelas indústrias que mais necessitam dos recursos, que são as de pequeno e médio portes.

Outro tema reiterado pela FIERGS é a necessária negociação e remoção das barreiras impostas pela Argentina aos produtos brasileiros. "Essas travas criadas pelo país vizinho contrariam os princípios do Mercosul e estão prejudicando diretamente a economia gaúcha, pois enquanto o Brasil ainda tem superávit comercial com a Argentina, a balança do Rio Grande do Sul com esse mercado já está deficitária", acentuou Müller. Em paralelo, a indústria também precisa de apoio e estímulos para a prospecção de novos mercados que substituam ou compensem a menor importação da Argentina.

Quanto ao mercado interno, o presidente da FIERGS entregou uma planilha que demonstra a defasagem de 60% na tabela do Imposto de Renda Pessoa Física na fonte. "Isto retira poder de compra do consumidor e limita o mercado interno, sendo na prática um confisco nos salários", disse. Para ele, além da injustiça que vem sendo praticada, a atualização da tabela já teria um efeito muito positivo este ano diante das dificuldades previstas na dinâmica da economia brasileira.

Além dessas questões, a entidade abordou a estrutura atual da matriz energética e do suprimento desse insumo no Brasil. Uma das propostas, consensada entre a FIERGS e as Federações Industriais da Região Sul (Fiesc e Fiep), consiste na definição de no mínimo uma planta de regaseificação de gás natural (GNL) que atenda a todos os três Estados.

Na pasta de documentos da FIERGS estavam anexadas as cópias de correspondências que foram enviadas, algumas mais de uma vez desde o final de 2013, ao BNDES e aos ministros da área econômica. "Temos a certeza de que a equação de mais crédito e menos barreiras externas e internas aos produtos aqui fabricados há de favorecer o setor industrial, e esperamos ter agora a sensibilidade das autoridades", disse Müller.

Publicado quinta-feira, 20 de Fevereiro de 2014 - 0h00