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Indústria gaúcha encerra primeiro semestre com ociosidade e acúmulo de estoques

A atividade da indústria gaúcha encerrou o segundo trimestre com pouco dinamismo. Na Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul, todos os indicadores sobre as condições atuais registraram valores abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o que significa pessimismo. Em junho, a produção (45,7 pontos) e o emprego (49,1 pontos) caíram na comparação com o mês anterior. No mesmo sentido, o grau de ociosidade do setor cresceu, voltando a operar bem abaixo do nível usual (44,7 pontos) para o período. "Os resultados mostram que o processo de recuperação do setor fabril está ocorrendo abaixo do esperado. O excesso de estoques indesejados, a maior dificuldade de acesso ao crédito e o aumento dos custos de matérias-primas apresentam-se como entraves importantes", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller.

O levantamento, realizado pela FIERGS, apontou que mesmo com a queda da produção em junho, os estoques de produtos finais (52,3 pontos) continuaram subindo, provocando acumulação indesejada (54,4 pontos). A acumulação de estoques ocorrida nos últimos meses interrompeu o longo período de ajuste iniciado no segundo semestre do ano passado.

Esse cenário se refletiu ainda nas condições financeiras da indústria gaúcha no segundo trimestre. Nesse período houve maior insatisfação com as margens de lucro (44,0 pontos) e com a situação financeira (48,4 pontos). O acesso ao crédito (42,4 pontos) ficou também mais difícil e os preços das matérias-primas (67,6 pontos) avançaram.

Os maiores obstáculos apontados no segundo trimestre pelos empresários foram a alta carga tributária (65,3% das respostas) e a competição acirrada do mercado (35,9%). Com o aumento de preços, o alto custo da matéria-prima (34,7%) ganhou importância e superou a escassez de trabalhador qualificado (31,2%). A falta de demanda (29,4%) ocupou a quinta posição entre os principais problemas.

As expectativas para os próximos seis meses tiveram queda, apesar do otimismo ainda predominar. Os empresários continuam esperando crescimento das exportações (51,6 pontos) e da demanda futura (57,1 pontos). Como reflexo, as indústria gaúchas projetam elevar as compras de matérias-primas (54,9 pontos) e o número de empregados (51,2 pontos).

O levantamento varia numa escala de 0 a 100 pontos. Quanto mais os valores estiverem acima de 50 pontos significa maior otimismo e quanto mais abaixo, pessimismo. Apenas a variável de estoques em comparação ao planejado é avaliada como negativa acima dos 50 pontos.

Publicado quinta-feira, 1 de Agosto de 2013 - 0h00