Apesar dos estoques de produtos finais das indústrias gaúchas estarem acima do planejado (52,6 pontos), a utilização da capacidade instalada voltou a operar dentro dos padrões usuais (50 pontos) pela primeira vez em dois anos, e atingiu o grau médio de 76%. O resultado consta na Sondagem Industrial de abril, realizada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS). "A moderação continua sendo o sentimento dominante entre os empresários. O desempenho do setor fabril segue em um ritmo de crescimento lento e gradual, mas com possibilidade de recuperação pouco mais intensa nos próximos meses", avaliou o presidente da entidade, Heitor José Müller.
A produção industrial gaúcha avançou em abril (57,3 pontos), em comparação com março, e foi o valor mais alto para o mês desde 2010. Parte da expansão foi para recomposição de estoques, que acabaram ficando acima do previsto. O emprego também repercutiu a maior atividade e somou 52,8 pontos. As contratações ocorreram entre as grandes (54,2 pontos) e médias (53,4 pontos) empresas, enquanto as pequenas apresentaram uma leve redução (49,2 pontos).
Apesar do bom desempenho da indústria em abril, diminuiu o número de empresários otimistas com relação aos próximos seis meses. Para a demanda futura, o índice recuou pelo segundo mês seguido e atingiu o menor valor do ano: 57,9 pontos. Esse movimento levou a uma reavaliação para baixo, embora ainda positiva, do emprego (52,8 pontos) e de compras de insumos e matérias-primas (56,9 pontos). O indicador de exportação, por outro lado, aumentou em relação ao observado em março e atingiu 53,9 pontos, denotando expansão.
O levantamento varia numa escala de 0 a 100 pontos. Quanto mais os valores estiverem acima de 50 pontos significa maior otimismo e quanto mais abaixo, pessimismo. Apenas as variáveis de estoques em relação ao planejado e matérias-primas são avaliadas como negativas, acima dos 50 pontos.
