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Atividade industrial gaúcha inicia 2013 com avanço moderado

A atividade industrial gaúcha iniciou 2013 com um moderado crescimento. O setor fabril avançou 0,5% em janeiro na comparação com dezembro, sem os efeitos sazonais, a segunda alta consecutiva. "Esperamos que esse passo em direção à recuperação seja contínuo nesse ano", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, ao analisar os números da pesquisa, divulgada pela entidade nesta terça-feira (12).

Como vem ocorrendo sistematicamente, os componentes do índice apresentaram sinais contraditórios, mas a sua expansão resultou, sobretudo, dos fortes aumentos do faturamento (4,9%) e das compras industriais (13%). No mesmo sentido, o emprego (0,7%) seguiu a tendência de aceleração da atividade e apresentou a primeira taxa positiva em 13 meses, o mesmo ocorrendo com a utilização da capacidade instalada (2,1%), que voltou a crescer após dois meses de queda. Por outro lado, a massa salarial e as horas trabalhadas na produção registraram contração de 13,5% e 0,3%, respectivamente.

Em relação ao mesmo mês de 2012, janeiro obteve uma taxa positiva. A recuperação em curso e a base de comparação deprimida do início do ano passado explicam a expansão de 2,9%. Compartilharam esse movimento as seguintes variáveis: compras de matérias-primas e insumos (16,7%) e faturamento (6,8%). As demais seguiram em retração, com destaque para a massa salarial (-1,3%), que apresentou o primeiro recuo em 36 meses.

A expansão da atividade fabril gaúcha ante janeiro do ano passado resultou do desempenho positivo de 11 dos 17 segmentos da indústria analisados. Os avanços mais significativos partiram dos setores de Veículos Automotores (6,0%), Produtos de Metal (9,8%) e Móveis (8,3%). Entre as quedas, destaques para Químicos e derivados de petróleo e biocombustíveis (-3,3%), Alimentos (-3,0%) e Máquinas e equipamentos (-1,0%).

De acordo com o presidente da FIERGS, com estoques ajustados e menor incerteza no cenário externo, e as medidas de incentivos do governo, sobretudo, as desonerações tributárias, a redução de juros e a desvalorização do real, permite a retomada gradual da atividade industrial. "O crescimento do emprego e a forte expansão das compras industriais em janeiro sinalizam a continuidade desse processo. No entanto, dificilmente será sustentável no médio e longo prazos na ausência de avanços na agenda de redução de custos de produção e de aumento da competividade", salientou Müller.

NOTA − A partir da edição de janeiro de 2013, a Pesquisa Indicadores Industriais do RS aprimora as informações sobre o desempenho da indústria gaúcha. A principal mudança metodológica é a adoção da versão 2.0 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), em substituição à versão 1.0. O objetivo dessa mudança é o aprimoramento metodológico, atualizando deflatores, ponderadores e a amostra das atividades e informantes. Além disso, foi elaborada a nova estrutura de pesos dos indicadores para cálculo do Índice de Desempenho Industrial (IDI), agregado e setoriais, com base nas novas séries de dados.

Publicado Terça-feira, 12 de Março de 2013 - 0h00