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Novo aeroporto no Rio Grande do Sul é fundamental para competitividade do Estado, aponta estudo

Um estudo elaborado pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) por encomenda da FIERGS, Fecomércio-RS e Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) prevê a necessidade de construção de um novo aeroporto na região Metropolitana de Porto Alegre para atender ao crescimento de circulação de passageiros e também o transporte de cargas. O levantamento foi apresentado e entregue a representantes do governo do Estado nesta quarta-feira. A previsão é de que o investimento necessário seja entre US$ 800 milhões e US$ 1,4 bilhão. Em relação ao local são apontadas como alternativas as cidades de Canoas, Guaíba, Nova Santa Rita e Viamão. "Para essa definição, será preciso uma série de estudos técnicos em relação ao espaço aéreo e a disponibilidade de área para futuras expansões", afirmou o presidente da FIERGS, Heitor José Müller.

A nova estrutura seria viável para sustentar o fluxo de viajantes previstos para daqui a uma década − mais de 20 milhões ao ano, atualmente, é pouco mais de 9 milhões. A análise também levou em consideração a possibilidade de integração com outros destinos no Mercosul, além do potencial para o transporte de cargas. "Uma das conclusões é de que não há viabilidade econômica para manter dois aeroportos na região. O Salgado Filho teria de ser desativado", explica o sócio-diretor da PwC, Carlos Biedermann, um dos responsáveis pelo estudo. No entanto, dificilmente o novo empreendimento estaria concluído nesse prazo de dez anos, o que obrigaria a manter, paralelamente, as obras e melhorias já previstas para o Salgado Filho.

Por questões de infraestrutura, hoje, 75% daquilo que é exportado pelo Rio Grande do Sul por via aérea parte de outros aeroportos, como Viracopos e Guarulhos, em São Paulo. "Esses produtos chegam até o Sudeste por rodovia − o que encarece o custo de transporte e reduz nossa competitividade em relação a outras regiões", destacou Müller. Na avaliação do presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Marcus Coester, modificar esse cenário é fundamental para que o Estado e torne atrativo para receber novas indústrias com produtos de alto valor agregado, como semicondutores e fármacos.

Os próximos passos devem ser a criação, pela administração estadual, de um grupo de trabalho para tratar do tema, além de análises de órgãos e secretarias e conversas junto ao governo federal e autoridades aeronáuticas. "Agora temos números e dados concretos, com os quais podemos abordar investidores e fazer com que um projeto deste porte saia do papel", avaliou o secretário do Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI), Mauro Knijnik.

Publicado quarta-feira, 16 de Janeiro de 2013 - 0h00