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Boas ideias surgem da interação, afirma Steve Johnson no 5º Congresso de Inovação

A educação criativa é o fator essencial para que o fenômeno da inovação aconteça. A afirmação é do presidente do Sistema FIERGS, Heitor José Müller, na solenidade de abertura do 5º Congresso Internacional de Inovação, na tarde desta terça-feira (30) no Teatro do Sesi. "Torna-se imperativo criar uma rede de eficiência desde o ensino fundamental até o superior, passando pelos cursos de formação técnica. Hoje, da nossa população na faixa dos 18 aos 24 anos de idade, apenas 12% estão no ensino superior. Enquanto isto, na Argentina são 40%, no Chile 61%, e nos Estados Unidos, 90%, disse Müller. Com o tema Economia Criativa: Ideias e Ideais Gerando Riquezas, o evento, promovido pelo Sistema FIERGS, por meio do IEL-RS, Sesi-RS e Senai-RS, teve no primeiro dia público de cerca d 2 mil pessoas. "Quando este Congresso chega à sua quinta edição, mantendo o expressivo número de participantes que vemos reunidos aqui, temos a certeza de que o Sistema FIERGS adotou o caminho correto nessa iniciativa de provocar a sociedade do Rio Grande do Sul a se reinventar sistematicamente", observou o presidente da entidade Heitor José Müller, na solenidade de abertura.

País parceiro do 5º Congresso Internacional de Inovação, o Reino Unido, destacou com a presença de seu embaixador no Brasil, Alan Charlton, a relevância de abrir caminhos para a interatividade, a interdisciplinaridade e as relações internacionais como caminho para aprofundar pesquisas e novas descobertas. "Desde que o Brasil anunciou o programa Ciência sem Fronteiras, há alguns meses, mais de dez mil jovens estudantes deste país estão matriculados em universidades britânicas. Isso gerou grande interesse de meu país em aumentar os laços com o Brasil por meio da Educação. Este Congresso é uma oportunidade de integração e informação com riqueza de conhecimento", afirmou. Em sintonia, o secretário estadual da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (SCIT), Cleber Prodanov, observou que o incentivo à inovação é importante para a sociedade como um todo e não pode ser uma ação isolada.

Johnson

Na sequencia da solenidade de abertura, a programação do Congresso teve a palestra de um dos nomes mais importantes da atualidade em teorias para a inovação. Steven Johnson, professor na New York University e autor do best seller "De onde surgem as boas ideias", comentou sobre suas pesquisas e declarou não ser possível motivar inovações sem atividades coletivas. "O gênio isolado é um mito. As boas ideias surgem da interação entre grupos, entre pessoas de áreas diferentes e, as vezes, de ambientes onde mais misturadas estão estas pessoas. Há padrões históricos que comprovam que o coletivo trabalha com mais eficiência do que o individual", ensinou.

No sentido de adequar sistemáticas de incentivo à inovação, Johnson sugere que as empresas criem espaços de convivência capazes de aproximar o mais simples operador de máquina ao mais intelectual gestor administrativo, por exemplo. Algumas empresas bem sucedidas por um tempo interrompem esse ciclo por medo. Elas têm um bom produto, e um modelo de negócios que funciona, então imaginam que não devem interferir nesse sucesso. Elas ignoram as mudanças no mundo exterior, acabam saindo de contexto e aí pode ser tarde demais", alertou. O painel contou ainda com as participações da diretora executiva da empresa Digital Media Zone (DMZ), Valerie Fox, que desenvolveu o site oficial das Olimpíadas de Sydney, e a apresentação do case da empresa Boo-Box, que está entre as 50 mais inovadoras no ranking da revista Fast Company. A mediação foi do diretor de inovação da Confederação Nacional da Indústria, Paulo Mol.

Publicado Terça-feira, 30 de Outubro de 2012 - 0h00