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Setor industrial apresenta na Rio+20 os avanços em sustentabilidade

O setor industrial brasileiro reduziu consideravelmente o impacto de sua atividade no meio ambiente nos últimos 20 anos, desde a Eco-92, diminuindo as emissões de gases de efeito estufa, reciclando, usando insumos renováveis, reaproveitando a água. A informação, com dados, está em um balanço divulgado nesta quinta-feira (14), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), na Conferência Rio+20, para cerca de 800 empresários e autoridades.

"As indústrias não tratam da sustentabilidade como uma manifestação de boas intenções. Cada vez mais, incorporam seus princípios nos planos de negócios. Hoje, sustentabilidade e a necessidade de aumento da competitividade andam de mãos dadas", assinalou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Segundo o documento, entregue por Andrade à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante o seminário Encontro da Indústria para a Sustentabilidade, no Rio de Janeiro, 97,6% das embalagens de alumínio são recicladas no País, um dos mais altos índices do mundo. Além disso, a celulose e o papel produzidos no Brasil provêm integralmente de florestas plantadas, enquanto a indústria química reduziu em 47% suas emissões de CO² em dez anos. E os exemplos, não param por aí: a geladeira fabricada em território nacional consome 60% menos energia do que há uma década e cada automóvel usa 30% menos água no processo de produção.

"Estamos saindo do idealismo para o pragmatismo. Esse é o desafio político. Estamos numa nova fase de diálogo entre indústria, governo e sociedade. Para a perfeita inclusão da indústria na agenda da sustentabilidade, teremos de ser criativos, não só com as grandes corporações, como também com as pequenas e médias empresas", enfatizou a ministra Izabella Teixeira. O presidente da CNI propôs ao governo desonerações tributárias. Na sua visão, a transição brasileira para um modelo de produção mais sustentável "pressupõe custos e riscos, que devem ser minimizados por políticas públicas amplas de apoio às empresas".

O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, ressaltou o envolvimento da CNI na elaboração do documento do governo brasileiro submetido à ONU para a Rio+20. "Sem a participação da indústria, nenhum país é capaz de implementar uma nova agenda na Rio+20", sublinhou.

O presidente da FIERGS, Heitor Jose Müller, que também participou da abertura do seminário, juntamente com o coordenador do Conselho de Meio Ambiente da entidade, Torvaldo Marzolla Filho, destacou que as indústrias gaúchas estão fazendo a sua parte. "Nós temos aqui no Sistema FIERGS o Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL) do Senai, por exemplo. As indústrias contam com o CNTL para aliar produtividade com sustentabilidade", relatou.

O material elaborado pela CNI alinha os avanços na conservação do meio ambiente de 16 segmentos da indústria, responsáveis por 90% do PIB industrial. As ações de sustentabilidade de cada um deles estão disponíveis no site www.cni.org.br.

Publicado quinta-feira, 14 de Junho de 2012 - 0h00