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Exportação gaúcha fica estagnada no primeiro trimestre

As exportações totais do Estado alcançaram US$ 3,8 bilhões no primeiro trimestre de 2012, crescimento de apenas 0,1% sobre o mesmo período de 2011. O resultado ficou bem abaixo do verificado para o Brasil, cujas vendas externas avançaram 7,5%. Um dos motivos que explica o fraco desempenho gaúcho é a queda de -6,4% nos embarques de commodities, principalmente de trigo (-21,6%). "Os fatores que diminuem a rentabilidade do segmento exportador são conjunturais, como a retração na demanda de importantes parceiros comerciais do Estado, e estruturais, como o elevado custo do trabalho, a alta carga tributária e escassez de investimentos em infraestrutura", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Heitor José Müller, ao avaliar a balança comercial gaúcha, nesta quinta-feira (12).

Com relação aos embarques da indústria, que somaram US$ 3,3 bilhões e responderam por 87,83% de tudo que o Estado exportou, o avanço foi de 0,3%. Este fraco desempenho pode ser explicado pela redução das vendas de óleo diesel para importantes parceiros comerciais no Mercosul: Paraguai (-34%), Uruguai (-26%) e Argentina (-9%). "As exportações são uma fonte fundamental de receita para a indústria do Rio Grande do Sul, superando a média nacional. Por isso, o resultado é especialmente preocupante", destacou Müller.

Entre os setores industriais com as retrações mais expressivas nas exportações destacaram-se Coque e Derivados de Petróleo (-93%), Couro e Calçados (-31,3%) e Celulose e Papel (-21,1%). Já na direção contrária, apresentaram crescimento Tabaco (73%), Máquinas e Equipamentos (32,6%) e Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias (9,5%).

No que se refere aos destinos, a Argentina garantiu o primeiro lugar ao receber 10,6% dos produtos gaúchos enviados ao Exterior de janeiro a março, apesar de ter diminuído seus pedidos em 9%, na comparação com o mesmo período do ano passado. As compras do país vizinho se concentraram em veículos automotores e tratores. Em seguida vêm os Estados Unidos, adquirindo 9% do total, basicamente tabaco não manufaturado. E na terceira posição está a China, com 5,5% de participação, devido às importações de grãos e óleo de soja.

O Rio Grande do Sul foi o quarto Estado que mais exportou nos três primeiros meses do ano, somando 6,9% da pauta brasileira. A primeira posição ficou com São Paulo (23%), seguido por Minas Gerais (14,2%), Rio de Janeiro (13,6%) e Paraná (7%).

Já as importações totais recuaram -16,3%, totalizando US$ 2,7 bilhões. A retração foi influenciada pelas compras de bens intermediários (-25,5%), principalmente de naftas para petroquímica, e bens de consumo duráveis (-14,9%), em especial veículos automotores.

Março − Quando apenas março é analisado, tanto o segmento industrial (-3,4%), quanto os de produtos básicos (-34,5%) contribuíram para a queda no total das exportações gaúchas: -7,2%.

Publicado quinta-feira, 12 de Abril de 2012 - 0h00