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Empresários do interior do Estado debatem suas prioridades

Um choque de industrialização urgente acompanhado de investimentos em infraestrutura é uma das prioridades para devolver a competitividade ao Rio Grande do Sul. A questão foi abordada durante dois encontros realizados no interior do Estado com o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, nesta quinta-feira (22).

Na reunião em Estrela, que reuniu empresários e representantes de entidades do Vale do Taquari, Müller destacou o processo de primarização pelo qual a economia do Estado e do Brasil passam, puxada por commodities. "Embora a balança comercial nacional tenha encerrado 2011 superavitária, se fizermos um recorte nos manufaturados, houve um déficit de US$ 92 bilhões. É preciso reverter esse quadro", declarou. Sobre as carências em infraestrutura, o industrial mencionou o estudo contratado pelo Sul Competitivo − envolvendo FIERGS, Fiep (Paraná) e Fiesc (Santa Catarina), com conclusão prevista para o final de maio. O trabalho mapeará os gargalos logísticos atuais enfrentados por toda a região Sul, bem como sugestões de soluções. "O documento será entregue aos governos como forma de subsidiar o planejamento de ações de melhorias e resultados", afirmou.

As lideranças de Estrela entregaram ao presidente da FIERGS um levantamento completo com as principais necessidades da região em áreas como meio ambiente, segurança pública e infraestrutura. O encontro teve a participação de representantes da Câmara de Comércio, Indústria e Serviço de Estrela (Cacis) e a Câmara de Indústria e Comércio do Vale do Taquari.

No município, além da reunião de trabalho, Müller visitou as dependências do Sesi e a indústria Brasilata, fabricante de embalagens de aço, com 450 funcionários.

Serra Gaúcha

Na reunião liderada pela Câmara de Indústria e Comércio de Garibaldi, os empresários apresentaram os quatro principais entraves enfrentados pela economia da região, incluindo alta carga tributária, falta de infraestrutura rodoviária e de profissionais qualificados para suprir a demanda de contratação, além do alto custo de energia elétrica − em alguns casos, chega a ser até 33% superior ao praticado em cidades atendidas por outras concessionárias.

Müller lembrou que o Rio Grande do Sul investiu apenas 3,5% da arrecadação em infraestrutura, assim, ocupa o último lugar entre os Estados brasileiros em receita aplicada em melhorias estruturais. "Com a estiagem, a situação pode ser ainda pior em 2012. Cálculos estimados apontam que a arrecadação sofra uma redução de R$ 1,2 bilhão", relatou.

Em tom de otimismo, o presidente também destacou uma conquista recente do setor industrial, as salvaguardas às importações de vinho anunciadas pelo governo federal, que devem garantir uma maior competitividade ao produto. Segundo dados apresentados por Müller, atualmente, 85% do vinho consumido internamente vem de outros Países. "Essa é uma boa notícia para Garibaldi, importante produtora de vinhos e espumantes", declarou. Além da reunião de trabalho, o presidente da FIERGS conheceu a estrutura e a vidraria artesanal da indústria Madelustre, e visitou as dependências do Senai e do Sesi, em Garibaldi.

Publicado quinta-feira, 22 de Março de 2012 - 0h00