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Produtos funcionais são alternativa no combate à epidemia da obesidade

Debater o controle da obesidade e tecnologias para a elaboração de produtos mais saudáveis foi o objetivo do V Meeting de Inovação em Alimentos, promovido nesta quinta-feira pelo Sistema FIERGS, por meio do IEL-RS e do Senai-RS, na sede da entidade. O vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação do RS e coordenador do Conselho de Agroindústria (Conagro) da FIERGS, Marcos Oderich, destacou que encontros como esse contribuem para alavancar o setor alimentício e de bebidas, valendo-se da inovação como estímulo para a competitividade, a partir da interação entre indústrias e centros de pesquisa. "O poder de compra da população está aumentando e o consumo de produtos que agregam saúde, também está crescendo. As indústrias precisam estar preparadas", afirma Oderich. O mercado global de funcionais é estimado em cerca de 33 bilhões de euros.

A gerente de Nutrição e Saúde do Leatherhead Food Research, do Reino Unido, Roberta Re, lembrou que a obesidade é uma epidemia − hoje, cerca de 300 milhões pessoas sofrem do problema no mundo. A expectativa é de que, até 2012, 5% das crianças europeias sejam obesas e, nos Estados Unidos, a previsão aumenta para 40%. Em resposta a essa realidade, as indústrias de alimentos se dedicam cada vez mais a desenvolver produtos destinados ao gerenciamento do peso. Um dos exemplos citados pela pesquisadora é o satisfit − composto funcional de celulose que se comporta como gordura, mas ao ser adicionado à comida, ajuda a manter baixo o ganho de peso. Roberta também aproveitou para fazer um alerta aos industriais do Rio Grande do Sul. "Invistam em ações de marketing para divulgar a erva-mate. Ela oferece benefícios funcionais muito importantes, mas não é conhecida na Europa, e poderia ocupar um espaço que hoje é do chá verde, por exemplo", sugere Roberta.

O Instituto Fraunhofer, da Alemanha, foi representado por Alexandre Martins Moreira, que relatou pesquisas da entidade para o uso de matérias-primas funcionais diferenciadas, como o tremoço. Trata-se de uma planta ornamental oleaginosa com alto teor proteico, de fibras e compostos fenólicos, que pode ser utilizada na fabricação de itens como bolachas e sorvetes 100% vegetais e sem lactose. "Apesar de ser uma planta originária da Europa, há um mercado para ser explorado em outros países, até mesmo no Brasil", atesta Moreira. Durante o Meeting, também foram apresentados cases das empresas Florestal, Smart Life e MasterSense Ingredientes e Aromas, além de uma mesa redonda com o tema "Aspectos Legais do Registro de Novos Produtos da Indústria Alimentícia".

Publicado quinta-feira, 29 de Setembro de 2011 - 0h00