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Brasil e China intensificam parcerias comerciais

Apresentar aos empresários chineses as oportunidades de investimentos no Brasil, com informações mais aprofundadas sobre inovação, agroindústria, infraestrutura e energia foi um dos objetivos do Encontro Empresarial Brasil-China, realizado nesta segunda-feira (16), em Brasília, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A entidade esteve representada no evento pelo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) e do Conselho de Integração Internacional da CNI, Paulo Tigre. "Esta visita, que acontece pouco mais de um mês após a viagem da presidente do Brasil à China, é interpretada como interesse concreto das empresas e autoridades chinesas em aprofundar a parceria entre os dois países", disse Tigre, em seu pronunciamento de abertura.

O industrial destacou também o interesse das empresas do Brasil em expandir o comércio e os investimentos com a China. "O nosso desafio é desenvolver um comércio mais diversificado de produtos. A integração entre as cadeias produtivas dos dois países e o aumento dos fluxos de investimento são objetivos a serem perseguidos", afirmou. Segundo dados da CNI, a relação bilateral fechou 2010 com um fluxo de comércio recorde, de US$ 56,3 bilhões, 56% superior ao de 2009. O saldo da balança bilateral brasileira com a China se manteve positivo, um pouco superior a US$ 5 bilhões.

O industrial lembrou ainda que o Brasil oferece, atualmente, um conjunto de opções de negócios, especialmente com a proximidade da Copa do Mundo (em 2014) e da Olimpíada no Rio (em 2016), além do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Igualmente, a indústria do petróleo é outra oportunidade para os investidores. "No período 2009-2013, mais de US$ 200 bilhões de dólares deverão ser investidos neste setor. Há inúmeras oportunidades para o investidor estrangeiro: do fornecimento de equipamentos para exploração à construção de navios e plataformas", lembrou.

"Esperamos que as ideias provenientes desse Encontro se traduzam em ações concretas e contribuam para fortalecer o comércio e os investimentos entre Brasil e China", concluiu Tigre, no discurso de encerrramento. "O principal desafio de uma organização empresarial, como a CNI, é o de contribuir para um melhor futuro para o Brasil e suas empresas. Futuro que deverá, obrigatoriamente, passar pelo incremento de nossa atividade internacional com parceiros como a China".

INTERESSE CHINÊS − Ao mesmo tempo, empresas chinesas têm alto interesse em comprar ou se associar a construtoras brasileiras. O anúncio foi feito durante o Encontro Empresarial Brasil-China pelo diretor-geral da China Investment and Promotion Agency (Cipa), Liu Zuo Zhang. Coordenador de missão de mais de 40 empresas chinesas de dez setores que participaram do encontro, Zhang enfatizou que, como a maior da América Latina, a economia brasileira apresenta complementariedades com a economia da China que precisam ser aproveitadas. O momento é especialmente apropriado, segundo ele, porque ocorre numa conjuntura de intensa internacionalização das empresas da China.

O diretor-geral da Cipa disse que o bom relacionamento já existente entre a entidade e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) será aprofundado com a assinatura de memorando de entendimento entre as duas instituições, no final da tarde desta segunda-feira, "Nossa cooperação vai entrar em nova fase", anunciou. Zhang destacou que as empresas chinesas estão investindo US$ 388 milhões no Brasil e oferecem transferência de tecnologia.

No primeiro painel do encontro, o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Mota, e o empresário Ricardo Felizzola, vice-presidente do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul (CIERGS), listaram a microeletrônica como um dos melhores setores para o aumento dos investimentos chineses no Brasil.

Publicado segunda-feira, 16 de Maio de 2011 - 0h00