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Exportadores gaúchos têm a pior rentabilidade da década

As exportações gaúchas em novembro tiveram a pior rentabilidade da década em reais. O volume embarcado foi de R$ 1,6 bilhão, uma retração de 39% em relação ao mesmo mês de 2008, o que significa a perda de R$ 1 bilhão. "O resultado medido na moeda brasileira diz muito sobre o ganho dos exportadores, uma vez que grande parte das suas despesas é efetuada em reais, principalmente o pagamento de mão-de-obra e de matéria-prima", explica o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, ao avaliar os números da balança comercial, nesta terça-feira (15). O câmbio valorizado é apontado pelo industrial como uma das principais causas.

Em dólares, as vendas externas do Estado também continuam apresentando uma queda acentuada, nesta mesma base de comparação, e somaram US$ 932 milhões. A desaceleração de 16,6% foi puxada pelo setor industrial, que respondeu por 98,5% das exportações gaúchas e deixou de embarcar 12,2% em novembro. Os setores mais atingidos foram Fumo (-29,2%), Máquinas e Equipamentos (-24,8%), Couro e Calçados (-22,1%) e Alimentos e Bebidas (-15%). Juntos responderam por quase 60% dos envios ao exterior. Já o recuo das importações foi menor (-1,3%).

Acumulado do ano − De janeiro a novembro de 2009, na comparação com o mesmo período do ano passado, as exportações do Rio Grande do Sul retrocederam 21,8% e fecharam num total de US$ 13,4 bilhões. Em reais, as perdas foram de 20%, o que significou R$ 5,5 bilhões a menos. A participação do setor industrial no total dos embarques do Estado caiu de 87% para 83%, evidenciando que os impactos da crise são maiores na indústria. "As vendas externas ainda estão em um patamar abaixo de 2007 devido aos efeitos da crise internacional, que puxaram para baixo os preços, a demanda externa e acirraram a concorrência nos mercados globais mais desenvolvidos", destacou o presidente da FIERGS.

Os três principais destinos dos produtos gaúchos no ano foram China, Argentina e Estados Unidos. Enquanto os chineses elevaram em 23% as suas compras, os argentinos e norte-americanos tiveram uma reação inversa e diminuíram seus pedidos em 16% e 51%, respectivamente.

O Rio Grande do Sul mantém a terceira posição entre os Estados exportadores, com uma participação de 9,7% nas vendas externas brasileiras. Em primeiro lugar está São Paulo (27,6%) e, em segundo, Minas Gerais (12,8%).

Em relação às importações, a queda de 38,4% nos 11 primeiros meses do ano também continua refletindo o menor nível de atividade econômica no Estado, uma vez que as compras de insumos são as que mais caíram. As importações totalizaram US$ 8,4 bilhões e as compras das indústrias responderam por 97,3% desse valor.

Publicado Terça-feira, 15 de Dezembro de 2009 - 0h00