O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) registrou crescimento pelo segundo mês consecutivo. A expansão em outubro atingiu 1,2% em relação a setembro, sem os efeitos sazonais. A mesma elevação já havia sido verificada em setembro, na comparação com agosto. Essa foi a primeira vez no ano que ocorreu uma seqüência de resultados positivos, o que já sinaliza uma retomada, apesar de ainda tímida. As variáveis que mais contribuíram foram Compras e Faturamento, com avanços de 6,3% e 4,3%, respectivamente. "É importante que a recuperação comece a ser contínua e com menos oscilação mensal. Mas, ainda há um longo caminho a percorrer para nos aproximar do mesmo nível de desempenho pré-crise", avaliou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, ao divulgar o IDI-RS nesta terça-feira (1º/12).
O industrial destaca ainda que a manutenção do bom desempenho do faturamento é fundamental para impulsionar a melhora dos outros indicadores. Em menor escala avançaram em outubro a Massa Salarial (2%), a Utilização da Capacidade Instalada (1,4%) e o Emprego (0,5%). Esta última variável teve o primeiro incremento desde a eclosão da crise econômica mundial. Apenas as Horas Trabalhadas na Produção continuaram com perdas (-0,3%). "O mercado interno segue sendo o propulsor da recuperação da indústria, mas para que o ritmo de expansão seja acelerado é preciso a retomada do investimento externo no País e uma melhor taxa de câmbio", afirmou Tigre.
Os setores industriais que obtiveram maior incremento e contribuíram com a elevação do IDI-RS em outubro, ante setembro, foram Metalurgia Básica (7,5%), Veículos Automotores (6,4%), Móveis (6%), Borracha e Plástico (4,6%), Máquinas e Equipamentos (4,2%), Produtos de Madeira (3,7%), Produtos Químicos (3,1%) e Alimentos e Bebidas (3,1%).
Quando outubro é comparado com o mesmo período de 2008, o desempenho da atividade industrial continua refletindo os efeitos mais severos da turbulência global. Nesta base de comparação, o IDI-RS ficou negativo em 12,6%, consequência de todas as variáveis que o compõem, que também retraíram: Compras (-24,4%), Horas Trabalhadas na Produção (-14,1%), Faturamento (-10,8%), Emprego (7,9%), Massa Salarial (-7,7%) e Utilização da Capacidade Instalada (-5,1%).
Acumulado do Ano − Nos dez primeiros meses de 2009, em relação ao mesmo período do ano passado, o Índice de Desempenho da Indústria caiu 14%. Foi a maior queda da série histórica, iniciada em 1991. As variáveis ligadas à produção tiveram as retrações mais severas, com destaque para Compras (-27,7%), Horas Trabalhadas na Produção (-14%) e Faturamento (-12,5%). Mais de 72% das indústrias registraram desaceleração no faturamento. Os setores industriais mais afetados pela crise mundial, nesse período, foram Metalurgia Básica (-33%), Máquinas e Equipamentos (-25,4%), Produtos de Metal (-20,9%) e Químicos (-19,7%).
