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Atividade Industrial gaúcha recua, mas mantém tendência de retomada

O Índice de Desempenho Industrial gaúcho (IDI-RS) de agosto mostrou que a recuperação da atividade do setor foi interrompida depois de três meses consecutivos de resultados positivos. Em comparação com julho, a queda foi de 0,3%, retirados os efeitos sazonais. "A perda de agosto foi pequena e não altera significativamente o processo de recuperação da indústria do Estado, que ainda segue em ritmo bastante lento. O cenário internacional é o principal elemento inibidor de uma retomada mais consistente", avaliou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, destacando que as empresas com foco no mercado interno e externo registraram uma retração nas exportações de 22% no período.

O saldo negativo de agosto derivou, preponderantemente, das compras industriais e da utilização da capacidade instalada, que recuaram 4,4% e 2,4%, respectivamente. Já o faturamento vem sendo o principal responsável pela consolidação da melhora recente do setor industrial gaúcho, apesar de ainda estar longe de recuperar as perdas iniciadas em outubro de 2008, com a crise econômica mundial. Pelo quarto mês seguido o faturamento cresceu e fechou agosto com aumento de 1,1%, em relação a julho. Esta variável refletiu a diminuição dos estoques, que estavam bastante elevados desde o início da turbulência internacional.

Nessa base de comparação, os índices do mercado de trabalho pararam de cair e sugerem o final do ciclo de ajuste do emprego, mas ainda não mostram sinais sólidos de retomada. A estabilidade do indicador em julho (0,1%) e agosto (0,1%) interrompeu uma sequência de 10 meses seguidos de retração. A média da queda mensal nos postos de trabalho, em torno de 1,4% desde dezembro de 2008, já havia perdido intensidade em maio (-0,3%) e em junho (-0,3), apesar de ainda permanecer negativa. A massa salarial fechou positiva em 1,2%.

Quando agosto de 2009 é comparado com o mesmo mês de 2008, o Índice de Desempenho da Indústria (IDI-RS) apresenta um recuo acentuado de 13,2%. Neste período, todas as variáveis são negativas: compras (23,3%), horas trabalhadas na produção (14,4%), massa salarial (10,8%), emprego (9,7%), utilização da capacidade instalada (9,7%) e faturamento (8,1%).

Acumulado do ano − De janeiro a agosto, a atividade industrial do Rio Grande do Sul acumula perdas de 14,2%, ante o mesmo período de 2008. Os principais motivos continuam sendo a retração da demanda externa (exportações caíram 23%) e os estoques altos nesses meses. Os segmentos com as maiores desacelerações foram Metalurgia Básica (-36,1%), Máquinas e Equipamentos (-25,3%), Produtos de Metal (-21,1%) e Químicos (-20,3%).

Tanto as variáveis ligadas à produção quanto ao mercado de trabalho registraram números negativos. O faturamento teve a maior queda da série histórica (-13,2%), atingindo 70% das empresas. Os demais resultados foram: compras (-28,1%), horas trabalhadas na produção (-14%), utilização da capacidade instalada (-9,5%), massa salarial (-8,7%) e emprego (-7%).

Publicado quinta-feira, 1 de Outubro de 2009 - 0h00