Você está aqui

Banco de resíduos debate soluções para a área ambiental

Créditos de carbono foi tema de palestra na FIERGS

A mudança climática na atmosfera terrestre e a discussão sobre o sistema de créditos de carbono, como forma de compensação financeira para que haja reversão no efeito estufa, foram questões debatidas em palestra realizada nesta segunda-feira (23) na FIERGS. O evento foi promovido pelo Banco de Resíduos, um dos integrantes do os Bancos Sociais do Conselho de Cidadania da entidade. Na abertura, o presidente do Banco de Resíduos,Tito Livio Goron, afirmou que a intenção é esclarecer o assunto e viabilizar a aplicação de medidas de melhor gestão ambiental nas indústrias.

O pesquisador Geraldo Mario Rohde, da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), vinculada à Secretaria da Ciência e Tecnologia do RS, explicou que a partir da vigência do Protocolo de Kyoto, em 2005, foram estabelecidas metas para a redução de emissões de gases de efeito estufa nos países industrializados e um modelo de indústria viável dentro das questões da emissão de carbono. Atualmente 70% do efeito estufa terrestre é causado pela emissão de CO².

Dentro do protocolo, foram criadas medidas que permitem a aquisição de créditos de carbono gerados por empresas de países emergentes, através de um programa da Organização das Nações Unidas (ONU), chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Os compradores são grandes companhias, em maior parte da Europa, que adquirem os créditos para compensar as suas próprias emissões de gases nocivos. O objetivo é dar aos países mais poluentes uma alternativa de atingirem as suas metas de redução e estimular a geração de recursos pelo setor privado de países em desenvolvimento, responsáveis pela venda dos créditos.

Rohde apresentou as potencialidades de negócios no mercado internacional de crédito de carbono. "Quanto mais CO² uma empresa produz, mais crédito de carbono vai precisar comprar. A média de preço da tonelada de CO² já está em 27 euros", apontou. O pesquisador acrescentou que o mercado dos créditos de carbono ainda é recente e tem muito a se desenvolver. As regiões Sul e Sudeste detém 80% dos projetos de MDL do Brasil. "É possível pensar em um desenvolvimento limpo e o retorno financeiro é atrativo, mas os projetos envolvem um alto custo e os estudos são demorados", explicou.

Publicado Terça-feira, 24 de Junho de 2008 - 0h00