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FIERGS defende gestão do PAC para ter êxito

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) depende de gestão para ter sucesso. Essa foi a abordagem do presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Paulo Tigre, na reunião do Fórum Regional Ampliado - Região Sul do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) -, realizada nesta quinta-feira (1º/3), em Curitiba. A proposta contou com apoio de ministros. ''Paulo Tigre falou que o PAC é questão de gestão e realmente temos que dar uma grande chacoalhada para garantir o êxito do programa'', concordou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, no encontro que debateu os impactos e perspectivas do PAC para o desenvolvimento da Região Sul. Também participaram do evento os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e das Relações Institucionais, Tarso Genro.

Após a exposição do presidente da FIERGS, o ministro do Planejamento afirmou que ''falar em gestão tem que ser em tom de alerta também para estados e municípios que precisam fazer a sua parte com planejamento e apresentação de projetos''. Ainda acompanhando as questões colocadas por Tigre, Bernardo disse que ''a capacidade de gestão será colocada à prova''. A reunião foi realizada na sede Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e contou com a presença dos presidentes das Federações das Indústrias dos três estados do Sul, das federações de trabalhadores, de lideranças políticas e da sociedade da região.

As Federações das Indústrias da Região Sul entregaram aos ministros três documentos que revelam preocupação em relação a economia brasileira. Um deles pede a alteração da política cambial. Os outros dois tratam da ampliação de investimentos em infra-estrutura na Região e do aprimoramento da política industrial brasileira. Em relação à infra-estrutura, o documento adverte para a disparidade entre a demanda por investimentos nos três Estados e as obras previstas no PAC. A necessidade do Sul é de R$ 9,3 bilhões em investimentos enquanto o PAC prevê R$ 2,2 bilhões.

O documento entregue aos ministros mostra que nos últimos 25 anos a economia brasileira vem crescendo a uma taxa média de 2,6% ao ano, desempenho bem inferior à média do período de 1950 -1980 e abaixo da taxa média de crescimento dos países emergentes como, por exemplo, Rússia, China e Índia. O presidente da Fiergs, Paulo Tigre, disse que o desafio, agora, é aprovar o PAC e fazer com que ele ande o mais rápido possível. ''O Brasil tem que crescer, no mínimo, 5% ao ano e o PAC é o início dessa recuperação'', afirmou.

O ministro Guido Mantega reconheceu que a valorização do real preocupa, mas disse que o Governo não pretende lançar mão de qualquer artificialismo. Ele anunciou cinco medidas para conter a sobrevalorização do real: reduzir gradualmente a taxa interna do juro para diminuir a diferença com a taxa do dólar; aumentar a importação a fim de reduzir o superávit comercial; aumentar as reservas para diminuir a oferta de dólar no mercado, e ajudar as empresas a reduzirem custos a fim de compensar a desvantagem do dólar.

Publicado quinta-feira, 1 de Março de 2007 - 0h00