O painel com a participação de representantes da área de educação dos governos Federal, do Rio Grande do Sul e municípios gaúchos, na tarde dessa segunda-feira (30), durante o Sesi com@Ciência, na FIERGS, abriu perspectivas para o trabalho conjunto das esferas públicas. Na apresentação de Maria Helena Castro, do Conselho Nacional de Educação, ficou o diagnóstico de que o Brasil se encontra em um momento delicado no que diz respeito aos investimentos públicos em educação. “Contudo, sabemos que esforços conjuntos resultam em experiências relevantes. Não é mais novidade que os jovens em idade de Ensino Médio precisam ter uma escola diferente do que há algumas décadas. Hoje, o protagonismo juvenil em projetos e trabalhos precisa ser implantado”, afirmou, lembrando que as escolas do Sesi já fazem isso com sucesso.
O representante da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que é diretor de Formação de Professores da Educação Básica, Carlos Lenuzza, mencionou dados sobre a situação que o governo identificou no País. De acordo com ele, nestes primeiros meses foi constatado que 40% dos professores do Ensino Fundamental que lecionam Matemática e Português no Brasil não possuem formação específica para essas disciplinas ou, pior, não possuem formação superior nenhuma. “O trabalho nos próximos anos, portanto, deverá priorizar essas duas matérias. O ministro da Educação já manifestou que isso será uma tarefa prioritária”, destacou.
Já o secretário de Educação do Estado do RS, Faisal Karam, observou o viés de apoio ao empreendedorismo jovem que sua pasta tem realizado. A ideia é promover o empreendedorismo, a inovação e a criatividade nas escolas, em parcerias com parques tecnológicos e universidades. “A proposta deverá valorizar, apoiar e dar visibilidade e estímulo ao crescimento e ao protagonismo juvenil mencionado por Maria Helena Castro, do Conselho Nacional de Educação”, confirmou.
Com apoio do Ministério da Educação, R$ 10 milhões serão repactuados, neste ano, para organizar ambiências e infraestruturas. O programa também consiste na maior incubadora de projetos na área pública brasileira, com parcerias públicas e privadas e gestão de modelagens inovadoras em educação. A ideia do Jovem RS Conectado no Futuro é potencializar projetos e vocações já existentes em cada uma das 2,5 mil escolas estaduais, responsáveis pelo ensino de quase 1 milhão de estudantes. A Secretaria Estadual ajudará a coordenar a mentoria do projeto.
Presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime-RS), Marcelo Mallman; e Mariza Abreu, profissional com experiência em gestão pública na área de educação, complementaram o painel concordando que o Ensino Médio é um dos pontos que mais precisam da atenção de governos. Os dois mencionaram inovação como algo que não precisa ser encarado somente com a ideia de tecnologia e equipamentos. “A inovação é buscar fazer as mesmas coisas de um modo diferente, exatamente como os jovens esperam. Nós, dirigentes já sabemos disso e precisamos colocar em prática, mesmo que não tenhamos recursos em abundância, infelizmente”, resumiu Mariza Abreu.