Você está aqui

Os números do Sesi com@Ciência 2019 mais do que confirmam a necessidade de tornar a educação um foco definitivo de atenção da sociedade. Em apenas dois dias de programação totalmente gratuita e de múltiplas atividades, o Centro de eventos FIERGS, em Porto Alegre, recebeu 11 mil pessoas, 200 projetos, protótipos de 28 cidades na Mostra Científica, desenvolvidos por 832 estudantes que frequentam algum programa educacional do Serviço Social da Indústria (Sesi-RS), e 35 palestrantes e painelistas. “Em relação ao primeiro ano do evento, o público mais do que dobrou. É com satisfação que comemoramos, pois este é um marco histórico. O futuro só virá com coisas boas se trabalharmos para isso e a educação pode, e deve ser prioridade”, comentou o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.

Desde os pequenos da modalidade Contraturno Escolar, aos jovens das Escolas Sesi de Ensino Médio, até os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) de todo o Estado, professores da rede e também de escolas privadas e públicas, gestores em educação e pais, o Sesi-RS mobilizou este público para um objetivo comum: desenvolver e melhorar os caminhos da educação no Brasil. “É  muito bom poder dizer que é para o Brasil e não somente para o Rio Grande do SulS”, destacou o superintendente do Sesi-RS, Juliano Colombo.

Colombo fez referência ao reconhecimento e recomendação por parte da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), uma área de extrema relevância no Ministério da Educação, para o modelo de consultoria de educação do Sesi-RS junto à prefeitura da cidade de Panambi. Neste aspecto, vale observar que o Sesi-RS tem feito esforços há alguns anos para chegar a esses resultados. “No caso de Panambi, a comunidade entendeu a urgência que é a educação como cidade e que não cabe a ninguém ficar de fora, professores, alunos, pais e empresários”, complementa a gerente da área de educação do Sesi-RS, Sônia Bier.

Em relação aos temas tecnológicos, algumas das palestras da segunda edição do Sesi com@Ciência chegaram a emocionar professores e jovens na  plateia. A educadora Debora Garofalo, que atua há 14 anos na rede pública de São Paulo e foi considerada uma das dez melhores professoras do mundo pelo Global Teacher Prize 2019, foi uma delas. Em sua apresentação, ela contou sobre a experiência de dar aula de tecnologias na Comunidade Alba, na periferia de São Paulo, que apresenta um dos maiores índices de violência urbana e tráfico de drogas na cidade.

Segundo ela, o local, que fica na Zona Sul da capital paulista, próximo a bairros nobres como Jabaquara, e do Parque Ibirapuera, sequer tem saneamento básico. E as crianças vivem uma realidade ainda mais dura. “70% dos pais ou mães das crianças estão presos. A escola estava rodeada de lixo, o que provocava mau cheiro, doenças e alagamentos em dias de chuva. Tive a ideia de transformar esse lixo em robótica”, contou. A princípio, os alunos não gostaram da proposta, de ir recolher lixo nas ruas. Ela sugeriu, então, que eles levassem os celulares e fotografassem a missão. O resultado é que não só registraram o lixo e a sucata, como também passaram a refletir sobre a situação em que viviam.

Em outro momento, a professora coordenadora da Área de Matemática do Programa de Formação de Professores do Sesi-RS, Mônica Bertoni, ministrou a “Oficina Construção de Modelos Mentais”. Ela tem 81 anos e é percebida no meio pedagógico como um exemplo de busca pelo conhecimento e adaptação aos novos tempos. Quando completou 80 anos, Mônica foi para a Universidade de Stanford, nos EUA, para fazer mais um curso de aperfeiçoamento.

Entre autoridades e nomes conhecidos que realizaram palestras no Sesicom@Ciência, o navegador Amir Klink, um dos grandes ícones da superação de desafios pessoais, declarou o quanto aprendeu ao mergulhar em busca de conhecimento em livros e pesquisas durante o planejamento de suas viagens. Ele disse que primeiro é preciso construir seu próprio barco para depois poder velejar e seguir em sua viagem. “No mar, não é possível cortar caminho. E na educação também não é possível. Temos que construir o caminho”, concluiu.

O Sesi com@Ciência reforçou a importância do Sesi-RS como um propulsor da qualificação da educação do Rio Grande do Sul. Em relação à educação pública, um exemplo desse movimento é a parceria com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e a Capes na realização da Formação Continuada de Professores e Gestores da Rede Pública de Ensino do Rio Grande do Sul, para qualificar diretores e professores em módulos de gestão escolar, culturas juvenis, projetos e tecnologias, a partir da metodologia das Escolas Sesi de Ensino Médio.

Veja mais fotos do primeiro e do segundo dia de evento no Flickr

Publicado Terça-feira, 1 de Outubro de 2019 - 18h18