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A crise provocada pelo coronavírus provoca os primeiros grandes impactos negativos no Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI-RS), divulgado nessa segunda-feira (20) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul  (FIERGS). A pesquisa de abril revela um recuou de 28,3 pontos relativamente a março, de 61 para 32,7 pontos. A intensidade da queda e o patamar da confiança em abril são inéditos desde o início  da série  histórica, em janeiro  de 2010. As duas maiores baixas haviam ocorrido em fevereiro de 2015 (-7,1 pontos) e em junho de 2018 (-6,2), respectivamente, no início da maior recessão da economia brasileira e na crise dos caminhoneiros. "Os primeiros sinais do impacto da pandemia já haviam sido notados em março, mas a perspectiva cada vez mais real de uma recessão profunda provocada pelo isolamento social e pela paralisação da produção acabou com qualquer resquício de otimismo, levando o pessimismo da indústria gaúcha a níveis nunca antes alcançados",  afirma o presidente da FIERGS,  Gilberto Porcello Petry. Em uma escala que vai de zero a 100, valores abaixo da linha divisória dos 50 pontos mostram falta de confiança.

Na avaliação dos empresários ouvidos pela pesquisa, sobre as condições atuais o índice caiu de 55,9 pontos, em março, para 33,6, em abril.

Desde julho de 2019, os empresários gaúchos não percebiam piora nos negócios e desde maio de 2016 não era tão intensa. O  mesmo impacto grande sofreu o índice que avalia a economia brasileira: queda de 55,4 para 30,8 pontos. Entre março e abril, a parcela de empresários gaúchos que percebem piora nesse índice subiu de 16,1% para 66% (em fevereiro eram 4,9%). As condições das empresas também se deterioraram, com o índice caindo de 56,1 para 35,1 pontos.

PERSPECTIVAS
O empresário industrial gaúcho  não prevê uma melhora na situação para os próximos seis meses, segundo o ICEI-RS de abril. O recuo do indicador de expectativas foi recorde, de 63,6 para 32,3 pontos, voltando à região de pessimismo (abaixo de 50) pela primeira vez desde maio de 2016, um patamar inédito. De todos os indicadores,  o que mais caiu foi a expectativa com a economia brasileira: -34,4 pontos em relação a março, atingindo 26,8 em abril.  Apenas 5,4% dos empresários gaúchos se mostram otimistas com o futuro da economia brasileira. Eram 52,5%, em março, e 76%, em fevereiro. "O panorama descrito pelos resultados do  ICEI é de um novo ciclo recessivo, cuja intensidade dependerá, a despeito dos programas de apoio do governo, de quanto tempo durarem as medidas restritivas e de como serão os planos de retomada da atividade, que já deveria ter sido ampliada no Rio Grande do Sul", reforça o presidente  da FIERGS.

O pessimismo com o futuro da economia brasileira entre os empresários alcançou 78,4% em abril. As expectativas com as próprias empresas também sofreram um forte choque,  com o indicador caindo de 64,8 para 35,1 pontos.

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Publicado segunda-feira, 20 de Abril de 2020 - 14h14