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Especialistas projetam o futuro das relações trabalhistas e as lições da pandemia

Para debater o futuro do trabalho e a necessidade de as empresas se adequarem às mudanças ocorridas nos últimos meses em função da crise provocada pelo coronavírus, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) promoveu, nessa quinta-feira (3), o evento As Relações do Trabalho Pós-Pandemia. O objetivo foi o de trocar experiências com especialistas, bem como tratar das medidas tomadas pelo governo para reduzir os impactos nessas relações após a crise. “Chegamos ao último mês do ano e, em vez de uma comemoração pelo crescimento econômico que era previsto, estamos reunindo elementos para projetar as relações do trabalho após a pandemia. O desenho desse cenário é muito importante para o planejamento das nossas indústrias”, disse o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, em sua manifestação de abertura.

Segundo Petry, o início de ano foi promissor, com sinais que apontavam para o crescimento da economia com o andamento das reformas, a modernização trabalhista e as privatizações, que integram a pauta de ações da FIERGS. Porém, com a chegada da pandemia, o governo se obrigou a tomar medidas para preservar e auxiliar empregadores e trabalhadores, como a redução de jornada e salário, suspensão de contratos, concessão de férias coletivas e teletrabalho. “Certamente, foram decisões muito benéficas, e muitas delas podem até ser incorporadas às relações trabalhistas de forma permanente”, destacou.

No painel sobre A Influência da Pandemia nas Negociações Coletivas e nas Decisões do TRT4 e TST, o desembargador e vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, Francisco Rossal, afirmou que durante a pandemia tem ocorrido uma grande preocupação do tribunal em mediar conflitos de forma equilibrada, mostrando que saúde e economia não são excludentes. “A sobrevivência não é apenas do ponto de vista dos trabalhadores, também das empresas. Nossa preocupação é que a Justiça do Trabalho seja um referencial de confiança no mediador, que facilite as negociações. Precisa ter uma posição de Estado, ser imparcial, funcionar pelo interesse público, não deixar a sociedade se desagregar”, ressaltou.

O evento foi realizado de forma híbrida, com parte do público via remoto e parte presencial, tomadas todas as medidas de segurança sanitária, com higienização, uso de máscaras e álcool gel. Contou ainda com os painéis Medidas Trabalhistas Pós Pandemia e Julgamentos Trabalhistas no STF em 2020, A não Caracterização da COVID-19 como uma Doença Ocupacional e Home Office após a Pandemia: Tendências, Regulamentos e os Efeitos Jurídicos nas Relações de Trabalho. A realização foi do Conselho de Relações do Trabalho (Contrab) e da Unidade de Desenvolvimento Sindical (Unisind) da FIERGS.

Crédito foto: Dudu Leal

Publicado quinta-feira, 3 de Dezembro de 2020 - 19h19