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O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) cresceu 0,9% em janeiro, na comparação com dezembro de 2020, aponta pesquisa divulgada nesta quarta-feira (10) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). Com ajuste sazonal, foi a menor das nove taxas positivas anteriores, mesmo assim, o nível de atividade da indústria gaúcha é o mais alto desde março de 2015, e 6% acima do registrado antes da pandemia, em fevereiro de 2020. “Os indicadores industriais de janeiro mostraram que a atividade do setor manteve a tendência de aumento iniciada ainda em maio do ano passado, mesmo com desaceleração por conta do fim dos programas de estímulos e da escassez e altos preços dos insumos e matérias-primas”, diz o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.

O desempenho dos indicadores foi distinto no primeiro mês do ano, com crescimentos de 12,3% na massa salarial real, devido ao fim do programa de suspensões de contratos e reduções de jornadas, nas compras industriais (1,4%) e no emprego (0,5%). Em sentido oposto, quedas aconteceram no faturamento real, -2,8%, nas horas trabalhadas na produção, -0,7%, e na utilização da capacidade instalada-UCI, -1,4 ponto percentual, que atingiu grau médio de 81,7% no mês.

Ao se comparar o resultado com o mesmo mês do ano anterior, o quadro também é positivo, com a quinta elevação consecutiva, 6,2% em janeiro. Nos últimos 12 meses, o IDI-RS mostra uma recuperação desde agosto do ano passado, quando caiu 7,2%, mas ainda acumula queda de 4,3%, comparativamente aos 12 meses anteriores.

Entre janeiro de 2021 e o mesmo mês do ano passado, com exceção da massa salarial real, que recuou 1,5%, todos componentes do IDI-RS registraram desempenho positivo, com destaque para as compras industriais, 19,3%, as horas trabalhadas na produção, 7,4%, e o faturamento real, de 6,9%. Já o emprego e a UCI cresceram, respectivamente, 1,6% e 0,8 ponto percentual.

Dos 16 setores pesquisados em janeiro de 2021, a atividade cresceu em 11 deles, mostrando um quadro predominantemente positivo na comparação com o mesmo mês de 2020. O impacto mais positivo veio de Máquinas e equipamentos, 29,1%, puxado pelo segmento de máquinas agrícolas (41,5%); seguido por Produtos de metal (18,2%) e Móveis (13,3%). Veículos automotores (-0,7%), Couros e calçados (-8%) e Máquinas e materiais elétricos (-16,6%) foram as principais influências negativas.

EXPECTATIVA
Alguns fatores devem contribuir para a recuperação nos próximos meses, mesmo em um cenário ainda marcado por dificuldades na cadeia de suprimentos. Entre eles aponta-se a confiança empresarial elevada, a recomposição de estoques, a maior renda agrícola, que impulsiona o segmento de máquinas e implementos, e o retorno do auxílio emergencial. O presidente das FIERGS, porém, alerta para o recrudescimento da pandemia e a consequente reedição das medidas de restrições sociais, aumentando a incerteza e colocando em risco a tendência de crescimento do setor.

Publicado quarta-feira, 10 de Março de 2021 - 17h17