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As mudanças provocadas pela pandemia nas relações de trabalho

As novas formas de trabalho a partir das mudanças ocorridas por causa da pandemia do coronavírus foram tratadas, na quinta-feira, no evento on-line Copemi no Interior, Trabalho Remoto e Home Office. A executiva de Recursos Humanos do Grupo Binox, de Caxias do Sul, Celiz Frizzo; e a diretora sênior de Produto de HCM (Human Capital Management) na América Latina da Oracle, dos Estados Unidos, Danielle Fortes, apresentaram os casos de suas empresas e como elas se adaptaram ao momento atual.

Com unidades em outras regiões do País e escritório na China, Celiz explica que com o início da pandemia no ano passado, e após 30 ou 40 dias de trabalho remoto, a empresa concluiu que o funcionamento e o desempenho do setor administrativo não foram prejudicados. Por isso, criou um programa permanente de home office após ouvir gestores e funcionários em uma pesquisa interna. A executiva conta que a empresa levou computadores e até cadeiras para as residências dos trabalhadores, bem como deu acesso a plataformas e novas ferramentas digitais. Na próxima semana, a Binox prepara o retorno presencial, duas vezes por semana, de 50% dos funcionários que permanecem em home office. Mas, para isso, será exigido o passaporte vacinal, com ao menos uma dose da vacina. Durante todo o período da pandemia, 800 pessoas que atuam diretamente nas linhas de produção das fábricas permaneceram em trabalho presencial.

Com 130 mil colaboradores em diferentes países, uma das atenções da Oracle que se intensificou durante a pandemia é com a saúde mental de seus funcionários, destaca Danielle. Uma pesquisa interna constatou que 78% foram afetados em sua saúde mental no último ano, mas 65% ainda preferem se manter no trabalho remoto.  A diretora sênior constata que muitas organizações criaram alternativas de apoio a empregados, com a formação de grupos de meditação, por exemplo, ou outras formas de auxílio para evitar problemas provocados por estresse ou ansiedade.

Para a advogada e conselheira do Conselho de Relações do Trabalho (Contrab) da FIERGS, Alessandra Lucchese, os modelos de trabalho remoto, que antes eram muitas vezes refutados em empresas brasileiras, foram incorporados à rotina em função da pandemia. Segundo ela, em 2019 o Brasil dispunha de 3 milhões de profissionais em trabalho remoto. Atualmente, são 12 milhões. “A maior parte das empresas reconhece agora que o trabalho remoto funciona e as pessoas perceberam que trabalhar em casa traz muitas vantagens”, diz. 

Assista o evento na íntegra:

O evento foi promovido pelo Conselho da Pequena e Média Indústria (Copemi), Conselho de Relações do Trabalho, Conselho de Articulação Sindical e Empresarial (Conase) Unidade De Desenvolvimento Sindical (Unisind) da FIERGS. O próximo Copemi no Interior será dia 14 de outubro, com o tema Indústria 4.0.

Publicado sexta-feira, 17 de Setembro de 2021 - 11h11