O cenário de polarização eleitoral, como ocorre hoje no Brasil, provoca muitas vezes o afastamento do eleitor que, numa reação emocional, prefere se omitir tanto da discussão de temas políticos quanto até mesmo de comparecer às urnas, julgando que um voto a mais ou a menos não fará qualquer diferença.

Ausentar-se no dia da eleição, que é a expressão máxima da democracia, revela um comportamento condenável. O regime democrático pressupõe cidadãos que valorizam as liberdades individuais, especialmente a livre escolha, ao mesmo tempo em que honram seus compromissos com a sociedade da qual faz parte. 

Portanto, a nosso ver, não há opção: no próximo dia 2 de outubro, devemos votar ou votar. Só assim estaremos garantindo a cobrança de que os eleitos cumpram as suas promessas de campanha. Além disso, o não comparecimento afeta sim os resultados finais que, por lógico, são a soma de cada voto do eleitorado.

A partir da realidade aritmética, todo o voto é útil, seja qual for o candidato escolhido. As tentativas de provocar um efeito manada, ou seja, estimular os indecisos a escolher na última hora aquele que está à frente nas pesquisas acaba transformando os cidadãos em meros zumbis eleitorais, como se fossem incapazes de decidir os seus candidatos.

Também cabe uma reflexão para os maiores de 70 anos, mesmo que a lei os isente do comparecimento. As experiências acumuladas ao longo do tempo merecem um voto de homenagem. Depois de participarem das várias etapas da história nacional, esses eleitores podem expressar a sua gratidão à vida e ao regime democrático indo votar, pois bem sabem que não há voto inútil como alguns querem apregoar.

Em 2022, a coincidência das eleições gerais com o bicentenário da independência do Brasil traz um simbolismo ainda maior para as nossas atitudes. Portanto, este domingo é um dia especial de celebração das nossas liberdades e da soberania da Nação. Só há uma opção: comparecer e votar a favor de um futuro de ordem e prosperidade.

Gilberto Porcello Petry
Presidente da FIERGS