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Após um período de instabilidade desde dezembro de 2021, o Índice de Desempenho Industrial gaúcho (IDI-RS), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), fechou a terceira alta mensal consecutiva em agosto: 1,5%, na comparação ajustada sazonalmente, em relação a julho. Nesse período de três meses entre junho e agosto, o índice, que mede o nível de atividade do setor no RS, cresceu 5,8%, elevando para 14,3% a distância do patamar anterior ao da pandemia. Segundo a pesquisa da entidade, a indústria gaúcha deixou a trajetória oscilante, que caracterizou o seu comportamento na primeira metade de 2022, e entrou em uma fase ascendente. Mesmo com os juros elevados, o cenário favorável contempla entraves cada vez menores nas cadeias de suprimentos, as medidas de estímulos à demanda, a redução nos custos e o desempenho positivo das exportações industriais.

A expectativa para os próximos meses entre os empresários gaúchos é de crescimento gradual, sujeito a instabilidades por causa dos problemas menores, mas ainda presentes, na cadeia produtiva. Eles se somam à incerteza com as eleições, aos efeitos defasados da alta dos juros e à desaceleração esperada para a demanda externa.

O IDI-RS mostrou que a maioria dos seus componentes avançou em agosto, com destaque para o faturamento real (8%). As compras industriais (2,3%), a massa salarial real (0,8%) e as horas trabalhadas na produção (0,5%) também contribuíram, além do emprego, que ficou praticamente estável, em 0,1%, após 26 meses consecutivos de crescimento. Apenas a utilização da capacidade instalada (UCI), que registrou grau médio de 81,5% no mês, recuou: 0,5 ponto percentual ante julho.

Na comparação anual, os resultados de agosto também foram bastante positivos. Em relação ao mesmo mês de 2021, o IDI-RS cresceu 8%, na 24ª taxa positiva consecutiva e a mais intensa nos últimos 12 meses neste tipo de comparação. Com isso, o índice fechou os oito primeiros meses de 2022, relativamente ao período equivalente do ano passado, acumulando alta de 5,1%. Nessa métrica, somente a UCI (-0,9 ponto percentual), entre os componentes, mostrou redução. Os demais cresceram: faturamento real (5,6%), compras industriais (4,8%), horas trabalhadas na produção (9,1%), emprego (6,4%) e massa salarial real (8,9%).

O nível de atividade subiu em dez dos 16 setores pesquisados, no acumulado do ano até agosto, e a indústria gaúcha foi puxada por Veículos automotores (16,6%), Máquinas e equipamentos (11%), Couros e calçados (14,8%) e Tabaco (20,8%). Já os impactos negativos mais relevantes foram dados por Químicos e refino de petróleo, recuo de 2,5%; Produtos de metal, 2,9%; Móveis, 5,9%, e, por fim, Metalurgia, que caiu 11,4%.

Publicado segunda-feira, 10 de Outubro de 2022 - 17h17