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Embaixador propõe maior integração regional entre Argentina e Brasil

As integrações industrial, financeira, energética, no agronegócio e educacional, entre outras áreas, foram defendidas pelo embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, em encontro da comitiva da cidade de Avellaneda com empresários gaúchos, nessa segunda-feira, na FIERGS. Participaram industriais e representantes de empresas dos dois países, assim como o prefeito da cidade argentina, Alejo Chornobrof, e o cônsul geral em Porto Alegre, Jorge Perren. Scioli reforçou que, diante do novo contexto internacional, a crise da globalização requer fortalecer a regionalização, e é nesse cenário que se incluem as duas principais nações sul-americanas.

O embaixador argentino enumerou as dezenas de integrações necessárias para Brasil e Argentina reforçarem seus laços comerciais. A primeira lembrada foi a financeira, e entre as sugestões apresentadas estiveram a de acordos entre bancos públicos, como o BNDES, Bice e BNA, com o objetivo de aprofundar comércio e infraestrutura de intercâmbio comercial. Já na integração energética, Daniel Scioli citou a possibilidade da construção de um gasoduto até a fronteira com o Brasil cruzando pelo Rio Grande do Sul.

No agronegócio, Scioli reforçou que Brasil e Argentina são grandes provedores de alimentos para o mudo, e que seria importante eliminar barreiras sanitárias e fitossanitárias bilaterais, além de um controle integrado nas fronteiras de Paso de los Libres-Uruguaiana e Iguazú-Foz de Iguazú. Já no setor industrial, o embaixador sugere maior integração naval, farmacêutica, automotriz, têxtil, calçado e siderúrgica, entre outros.

Na área educacional, a Argentina propõe um reconhecimento mútuo de títulos secundários e universitários, além da promoção do ensino de espanhol e português como as segundas línguas em cada país, e intercâmbio entre universidades de ambos os países com os setores acadêmico e industrial.

O embaixador falou ainda dos planos para as integrações mineral, na área turística, economia do conhecimento, Malvinas, Antártica e Atlântico Sul, de fronteira, da indústria de defesa, nuclear e espacial e ambiental.

O presidente em exercício do Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (CIERGS), Mauro Bellini, apresentou aos argentinos o Rio Grande do Sul como um estado industrializado, com diversificação produtiva e destaque nacional e internacional em vários setores. “Nosso objetivo é abrir novos canais de relacionamento para fortalecer os laços de cooperação, criar e ampliar potencialidades de negócios bilaterais, e a Argentina representa um parceiro extremamente estratégico”, disse.

Em 2021, a Argentina acabou como terceiro destino das exportações gaúchas, com mais de US$ 1 bilhão. Mas foi o principal fornecedor ao Rio Grande do Sul, que comprou US$ 2 bilhões dos argentinos. Do total vendido pelo RS ao país, 94% corresponderam a produtos manufaturados.

O prefeito Alejo Chornobrof mostrou os pontos positivos que tornam Avellaneda, na área metropolitana de Buenos Aires, uma cidade atrativa para investimentos. Entre eles, o parque industrial com mais de 1,8 mil indústrias instaladas, além do Porto de Dock Sud.

Publicado segunda-feira, 17 de Outubro de 2022 - 12h12