Pelo terceiro mês consecutivo, o Índice de Desempenho Industrial gaúcho (IDI-RS), divulgado nessa segunda-feira (5) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), registrou queda de 1,6% em maio, na comparação dessazonalizada com abril. O índice acumula baixa de 3% desde março, mas continua acima do nível anterior ao da pandemia, depois da forte expansão que sucedeu o colapso em abril de 2020. “O resultado confirma um processo de desaceleração no setor, impactado pela escassez e, principalmente, pelo intenso aumento dos custos dos insumos e matérias-primas, pelos efeitos da pandemia e pela redução dos auxílios governamentais”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
O recuo do IDI-RS em maio foi influenciado especialmente pela queda de 8,3% no faturamento real das empresas, o componente que mais contribui para a redução. As horas trabalhadas na produção (-1,8%) e as compras industriais (-0,9%) também impactaram. Já a utilização da capacidade instalada (UCI) atingiu 81,4% no mês, praticamente o mesmo patamar de abril, 81,2%. Apenas os indicadores de mercado de trabalho aumentaram no período: o emprego, 0,6%, completando um ano de crescimento ininterrupto, e a massa salarial real, 2,4%.
Os resultados anuais seguem favorecidos pela reduzida base de comparação, já que abril de 2020 é o piso da série histórica do IDI-RS, e maio é o segundo menor nível. Nesse sentido, o IDI-RS cresceu 22,9% na relação entre maio de 2020 e de 2021. Na análise dos cinco primeiros meses de cada ano, a expansão alcançou 17,6%, com destaque, entre os componentes, para as altas expressivas das compras industriais (43,1%), do faturamento real (20,5%) e das horas trabalhadas na produção (19,9%). Os demais componentes, emprego (4,8%) e massa salarial real (2,4%), também mostraram desempenhos positivos no período. Já a UCI teve uma elevação de 7,1 pontos percentuais.
Nos primeiros cinco meses de 2021, comparativamente ao mesmo período do ano passado, apenas o setor de Máquinas, aparelhos e materiais elétricos, com -5,1%, registrou queda entre os 16 setores pesquisados. A atividade industrial gaúcha foi puxada, nesse período, principalmente por Máquinas e equipamentos, com grande elevação, 37,5%; Produtos de metal, 32,4%; Veículos automotores, 23,2%; Químicos, derivados de petróleo e biocombustíveis 8,7%, e Alimentos, 5,6%.
EXPECTATIVAS POSITIVAS
Mesmo com o recuo do IDI-RS em maio, as expectativas para os próximos meses são positivas. Segundo Gilberto Petry, isso se deve ao retorno gradual das atividades econômicas, à redução do isolamento social, ao avanço da vacinação, e, sobretudo, à conjuntura favorável ao agronegócio, com aumentos dos preços internacionais e a depreciação cambial, impulsionando o segmento metalmecânico e as exportações industriais no RS. Por outro lado, os problemas na cadeia de suprimentos devem continuar sendo o maior entrave para um melhor desempenho da indústria.