A balança comercial do setor industrial gaúcho fechou novembro com um déficit de US$ 186 milhões. Enquanto as exportações somaram US$ 1,28 bilhão, um incremento de 18,5% em relação ao mesmo mês em 2010, as importações do segmento cresceram 39% e chegaram a US$ 1,46 bilhão. "Esse desequilíbrio é reflexo da baixa competitividade frente aos principais concorrentes. De maneira geral, as empresas brasileiras são punidas pela elevada carga de impostos, infraestrutura precária, valorização do real frente às outras moedas e pelas medidas protecionistas da Argentina", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, ao avaliar os resultados na segunda-feira (19).
As exportações totais do Estado atingiram US$ 1,36 bilhão em novembro e a indústria respondeu por 94% deste valor. Dos embarques, 80% se concentraram nos seguintes setores: Alimentos, Tabaco, Químicos, Veículos Automotores, Máquinas e Equipamentos, Borracha e Plástico e Produtos de Metal. Já entre os itens mais importados estão petroquímicos, automóveis, adubos e fertilizantes, calçados, vestuário, plásticos, medicamentos e fármacos. O déficit global do Rio Grande do Sul, incluindo o setor primário, atingiu US$ 125 milhões. Este foi o segundo saldo negativo do ano e bem superior ao primeiro, em abril, quando somou US$ 40 milhões.
O presidente da FIERGS salientou que, apesar do Brasil desfrutar de um melhor momento econômico do que grande parte das demais nações, sobretudo impulsionado pelo crescimento do consumo, o alto custo de produção faz com que os importados tornem-se a opção mais atrativa em alguns segmentos. "Há casos de empresas que produziam no Brasil e agora se voltaram somente para a importação", lamentou Müller.
No que se referem aos destinos, os três principais países que tradicionalmente mais recebem produtos gaúchos diminuíram suas participações em novembro. Juntos, reduziram de 29,6% para 29%. A Argentina garantiu o primeiro lugar ao comprar 13,1%. Na segunda posição, a China respondeu por 8,9%, seguida pelos Estados Unidos, com 7%.
O Rio Grande do Sul caiu da quarta para a sexta posição entre os Estados que mais exportaram em novembro, somando 6,3% do total da pauta brasileira. Em outubro, esse percentual era de 7,7%. A primeira posição ficou com São Paulo (23,8%), seguido por Minas Gerais (17,6%), Rio de Janeiro (9,6%), Pará (8,3%) e Paraná (6,4%).
Acumulado do ano − De janeiro a novembro, a balança comercial gaúcha manteve o saldo positivo. As exportações expandiram 28%, atingindo US$ 18 bilhões, na comparação ao mesmo período do ano passado. O setor industrial foi responsável por 79,46% dos embarques, contra 85% em 2010. As importações avançaram 20,3% e chegaram a US$ 14,3 bilhões.
