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A colaboração como alternativa econômica

A plenária da tarde do 4º Congresso Internacional de Inovação, promovido pelo Sistema FIERGS, com o tema Desenvolvimento do Conhecimento Colaborativo, teve a presença de Don Tapscott, consultor especializado em estratégia corporativa e transformação organizacional e autor dos livros conhecidos mundialmente "Macrowikinomics", "Wikinomics" e "A Hora da Geração Digital". Ele defendeu que vivemos na era da inteligência em rede e da colaboração, que é fundamental para o processo de inovação atual, seja na saúde, educação e economia. "O gênio da tecnologia escapou da garrafa. Com a internet cada um de nós publica e compartilha o conhecimento de forma global", destaca. Esse modelo é a base da geração batizada por Tapscott como Net, na qual até mesmo as crianças são autoridades em determinados assuntos. "Eu e os meus amigos assistíamos passivos à televisão. Hoje, a criança e os jovens geram a informação", ressalta.

Um dos exemplos citados por ele na era do uso da rede para a colaboração foi a eleição de Barack Obama, o primeiro presidenciável a usar as novas mídias para efetivamente mudar a natureza das eleições, assim como a derrubada de Hosni Mubarak, no Egito. Tapscott também abordou oito normas da geração Net: liberdade, customização, integridade, colaboração, entretenimento, velocidade, investigação e inovação. "O lema dessa faixa etária é misturar trabalho, colaboração e diversão", completa.

Tapscott afirma que o compartilhamento de informações na era da colaboração deve ocorrer mesmo entre as corporações e apresentou o exemplo da empresa GoldCorp, que atua na exploração de ouro, abriu o seu banco de pesquisas e estudos geológicos na internet e ainda ofereceu valores para as colaborações produtivas que informassem onde era possível encontrar ouro na área. Resultado: obtiveram muitas respostas técnicas, desconhecidas por eles, e que contribuíram para o aumento do faturamento da companhia de US$ 100 milhões ao ano para US$ 9 bilhões ao ano.

Casos − O holandês Stef Van Dongen apresentou a Enviu, incubadora de projetos sustentáveis, criada por ele aos 26 anos. Trata-se de um projeto que tem em suas características a criação de oportunidades de negócios sustentáveis com o objetivo de ajudar a resolver grandes questões sociais e ambientais. A partir de uma plataforma online, que conta com oito mil usuários, são debatidos e criados projetos que possam solucionar problemas. "Somos conhecidos como uma empresa de impacto", afirma Dongen. Dentro de várias inovações importantes pode ser citada a "balada sustentável" que utiliza o movimento gerado pela dança das pessoas para transformá-lo em energia elétrica. Outro trabalho destacado pelo fundador da Enviu são as casas em construção em Gana − para suprir um déficit de moradias − a custos muito inferiores aos praticados pelo mercado imobiliário no país. "Para desenvolver o projeto, mais de 250 arquitetos e outros profissionais se envolveram na concepção das casas", conta.

Na plenária também foi apresentado o caso da Samba Tech − uma plataforma de vídeos online líder na América Latina. As soluções de gerenciamento e distribuição de conteúdos são desenvolvidas para qualquer um que tenha vídeos e queira se comunicar através deles com seu público na internet. O projeto foi apresentado por Rodrigo Paolucci, diretor de marketing e vendas e cofundador da empresa.

Publicado quarta-feira, 16 de Novembro de 2011 - 0h00