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Começa na FIERGS debate sobre segurança e saúde no trabalho

Iniciou nesta quarta-feira (10) o Seminário Empresarial de Segurança no Trabalho, promovido pela CNI, em parceria com o Sistema FIERGS, por meio do Conselho de Relações do Trabalho e Previdência Social (Contrab) e Sesi-RS, com apoio do Senai-RS e Sebrae-RS. O presidente do Sistema FIERGS, Paulo Tigre, ressaltou a importância do tema, considerado oportuno e decisivo na gestão moderna das empresas brasileiras. "Quando debatemos saúde e segurança no trabalho, na verdade estamos discutindo o necessário aumento de produtividade de nosso País. O cenário internacional exige preparo interno para nele atuar com eficácia. Será nos ganhos de produtividade, da tecnologia de ponta, da qualidade, e da inovação, que poderemos compor níveis crescentes de competitividade. Não nos referimos à competição, pois este conceito está ultrapassado. Em vez de competir, preferimos a cooperação", afirmou Tigre.

Mais de mil pessoas estiveram no Teatro do Sesi para acompanhar o primeiro dia do Seminário, que tem como objetivo fortalecer a cultura de prevenção no meio empresarial por meio do diálogo e aprofundamento do tema. O superintendente Regional do Trabalho e Emprego do Estado de São Paulo, José Roberto de Melo, ministrou a primeira palestra do dia na qual dividiu sua experiência de mais de 40 anos dedicados às relações de trabalho em diferentes setores da economia − da cana-de-açúcar à construção civil. Ele destacou a evolução das medidas de segurança adotadas na década de 70 comparadas com as atuais e desenhou o cenário em que a segurança e saúde no trabalho encontram-se no Brasil. Para Melo, entre os pontos fortes estão a conscientização da sociedade, governos, empresas, sindicatos e academia sobre o tema; o ambiente de negociação e diálogo entre profissionais e empregadores; o comprometimento dos cidadãos brasileiros com o trabalho; e o crescimento econômico brasileiro.

O número de mortes relacionadas a acidentes de trabalho caiu 11,4% em 2009, em comparação com 2008, segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social, passando de 2.817 mortes para 2.496. Também houve a redução do número total de acidentes notificados no País. No ano passado, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) registrou 723.452 ocorrências, número 4,3% menor que em 2008. "Nossas fraquezas são o baixo índice de qualificação e preparação dos profissionais e a legislação complexa de nosso País nessa área", analisa, prevendo como ameaças para o País o dumping, a competição predatória e o aprofundamento da crise internacional. Apesar da evolução na prevenção, Melo lembrou que, de acordo com as estatísticas, até o final do seminário (nesta quinta-feira), 16 pessoas devem morrer de acidente de trabalho no Brasil.

O gerente executivo de Relações do Trabalho e Desenvolvimento Associativo da CNI, Emerson Casali, destacou a queda no índice de acidentes de trabalho no Brasil, resultado de uma mudança de cultura e conscientização da classe empresarial da necessidade de atuar na prevenção de acidentes. "Hoje, o Brasil é um dos países que mais dá atenção ao assunto no mundo", opina Casali. Ele também afirmou que quando a questão é segurança e saúde no trabalho, o Estado precisa não só fiscalizar e aplicar punições às empresas, mas também conscientizar sobre a importância da prevenção − desde a escola.

Outro momento da manhã foi a vídeo conferência com a especialista em Condições de Trabalho, Segurança e Saúde Ocupacional da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Valentina Forastieri, direto de Genebra. Ela apresentou as normas e convenções de segurança e saúde no trabalho da OIT, que servem de base para as regras específicas dos países. A especialista apontou que as políticas nacionais precisam cumprir as seguintes funções: regular, prevenir, promover o diálogo social e a vigilância do cumprimento das determinações. "A preservação não pode ser vista como gasto, mas sim como investimento", analisou.

Publicado quarta-feira, 10 de Novembro de 2010 - 0h00