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Confiança do empresário gaúcho é a mais baixa em nove anos

A crise econômica internacional abalou o otimismo do industrial gaúcho em janeiro. É o que aponta a última pesquisa trimestral do Índice de Confiança do Empresário Industrial no Rio Grande do Sul (ICEI-RS), divulgada nesta quinta-feira (12/2) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS). O indicador atingiu os 45 pontos (oscila entre 0 e 100), o que indica pessimismo. Desde o lançamento do ICEI-RS, em 2001, é a primeira vez que se situa abaixo da linha de 50 pontos no mês. No Brasil, a média ficou em 47 pontos.

A apreensão dos industriais no Estado com o futuro se revela em números: 84% responderam que as condições econômicas brasileiras pioraram em janeiro. Algumas variáveis que medem o desempenho da indústria gaúcha atestam isso, comparando os desempenhos entre novembro e dezembro de 2007 com o ano passado. A produção teve uma queda de 12,6% e o faturamento, 11,6%.

Pela primeira vez em nove anos, o indicador de expectativas para os próximos seis meses está abaixo de 60 pontos em janeiro (alcançou 51 pontos). A maioria dos entrevistados está pouco otimista com a economia nacional (45 pontos). Dentro deste item, para 42% dos industriais a situação atual será mantida, mas 38% acreditam que ela irá piorar.

O ICEI-RS detectou também um leve otimismo em relação ao desempenho das empresas para 2009 (54 pontos). Este resultado, no entanto, é modesto se comparado aos anteriores no mesmo período. Em nenhum mês de janeiro, desde 2001, o indicador foi inferior a 65 pontos. "Não há duvidas que o ciclo de crescimento das economias brasileira e gaúcha foi interrompido. Pelo menos os seis primeiros meses de 2009 não serão favoráveis aos negócios, com prováveis quedas na produção, demanda e emprego", afirma o presidente da FIERGS, Paulo Tigre.

Sondagem − O pessimismo do empresário gaúcho aparece não apenas no ICEI-RS, mas também é reforçado pelos demais resultados da Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul relativa ao último trimestre de 2008. De acordo com o levantamento, a maioria das variáveis pesquisadas aponta que as condições dos negócios foram bastante preocupantes, com retração na produção e no emprego, além de aumento dos estoques acima do planejado.

A avaliação dos entrevistados é pouco animadora em relação às expectativas de demanda para os próximos seis meses (37 pontos de um total de 100 possíveis). Houve uma queda de 10 pontos em relação à sondagem anterior, realizada em outubro do ano passado. Para os entrevistados, as exportações (43 pontos) seguirão em queda. A falta de demanda é apontada por 57% dos pesquisados como o principal obstáculo enfrentado no último trimestre.

Publicado quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2009 - 0h00